Zelensky terá de capitular se recusar acordo com Putin, diz Lukashenko
O líder bielorrusso, Alexander Lukashenko, advertiu hoje que o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, terá de assinar em breve um ato de capitulação se recusar um acordo com o seu homólogo russo, Vladimir Putin.
© Reuters
Mundo Ucrânia/Rússia
"A Rússia não perderá esta guerra", disse Lukashenko numa entrevista à televisão japonesa TBS, transmitida pela agência noticiosa oficial bielorrussa Belta.
Lukashenko, um aliado de Putin, disse que a Rússia propõe à Ucrânia "uma variante totalmente aceitável" de um acordo de paz, que não especificou.
"A Ucrânia e a Rússia chegam a um acordo e Zelensky e Putin assinam-no. Se Zelensky não o fizer, acredite, dentro de pouco tempo, terá de assinar um ato de capitulação", afirmou, citado pela agência espanhola EFE.
O Presidente da Bielorrússia expressou a sua convicção de que o conflito "terminará com o estabelecimento da paz".
Ao mesmo tempo, disse que o Ocidente não conseguirá envolver a Bielorrússia no conflito.
"Estou praticamente convencido de que não teremos de lutar com a Ucrânia. O Ocidente não conseguirá envolver-nos neste conflito. Temos inteligência suficiente para nos mantermos fora deste conflito", afirmou.
Lukashenko disse que apesar da posição hostil da Ucrânia em relação à Bielorrússia, telefonou a Zelensky e propôs negociações imediatas com a Rússia.
"Foi literalmente no terceiro ou quarto dia desta guerra. E ele [Zelensky] concordou", contou à televisão japonesa.
A Bielorrússia acolheu as primeiras três rondas de negociações entre representantes ucranianos e russos para tentar acabar com a guerra.
"Queremos lá [na Ucrânia] que haja paz. Se não houver paz lá, eventualmente não haverá paz na Bielorrússia", disse Lukashenko.
A primeira ronda de negociações realizou-se na região bielorrussa de Gomel, perto da fronteira ucraniana, em 28 de fevereiro, quatro dias após o início da invasão da Ucrânia pela Rússia.
As rondas seguintes decorreram também na Bielorrússia, mas perto da fronteira polaca, em 03 e 07 de março.
Três dias depois, a Turquia acolheu a primeira reunião sobre a guerra entre os ministros dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, e da Rússia, Serguei Lavrov.
As delegações dos dois países iniciaram uma nova ronda de negociações na segunda-feira, mas por videoconferência, que têm interrompido para consultas técnicas.
A invasão russa da Ucrânia foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A UE e vários países, incluindo Estados Unidos, Reino Unido, Japão e a habitualmente neutra Suíça, impuseram duras sanções contra interesses russos, desde a banca ao desporto.
A guerra, que entrou hoje no 22.º dia, provocou um número por determinar de baixas civis e militares, e mais de 3,1 milhões de refugiados.
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