Citado pela agência France-Presse (AFP), o Ministério da Defesa de Taiwan confirmou a passagem do porta-aviões chinês Shandong pelo Estreito de Taiwan.
"Ressaltamos que estamos alerta e a monitorizar todos os porta-aviões e navios do ELP (Exército de Libertação Popular da China) que operam nas proximidades do Estreito de Taiwan", informou o ministério.
O Departamento de Defesa dos EUA anunciou também a passagem de um contratorpedeiro pelo Estreito de Taiwan no mesmo dia.
Trata-se de uma área sensível. Pequim considera Taiwan como parte do seu território, e manifestou o desejo de reunificar a ilha, não renunciando ao uso da força, caso seja necessário.
Os Estados Unidos, o principal aliado de Taiwan, consideram o Estreito como uma zona marítima internacional, e enviam navios de guerra para realizar operações de defesa da "liberdade de navegação".
O anúncio do Ministério da Defesa de Taiwan foi feito antes da conversa entre os chefes de Estado norte-americano e chinês.
De acordo com a imprensa chinesa, o líder do país, Xi Jinping, disse ao seu homólogo norte-americano, Joe Biden, que os conflitos militares entre os Estados "não são do interesse de ninguém".
Em particular, sublinhou que compete aos Estados Unidos e à China, como membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, assumirem as suas "responsabilidades internacionais e trabalhar pela paz (...) no mundo".
A passagem de navios de guerra no Estreito de Taiwan, com 180 quilómetros de largura, é frequente.
O Shandong navegou anteriormente pelo estreito, em dezembro de 2020, um dia após a passagem de um navio de guerra dos EUA.
O mesmo porta-aviões cruzou o estreito em dezembro de 2019, poucas semanas antes das eleições presidenciais em Taiwan.
Sob o governo Biden, Washington reforçou o seu apoio a Taipé, aprovando pelo menos dois acordos para fornecimento de armas, visando reforçar os sistemas de defesa aérea e antimísseis, para responder às incursões de aviões de guerra.
Pequim considera que este apoio "compromete seriamente" as relações entre os Estados Unidos e a China.
A China aumentou de forma maciça a sua força de ataque nos últimos anos, enviando 969 aviões de guerra para a zona de defesa aérea de Taiwan, em 2020, de acordo com uma compilação da AFP - mais que o dobro dos 380 aviões enviados em 2016.
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