O rescaldo do ataque a um teatro em Mariupol foi, até ontem, o foco das atenções em Mariupol, mas a luta intensa na cidade e as difíceis condições de sobrevivência deverão piorar, à medida que os russos avançam para o centro.
Já passaram 24 dias desde o início da invasão na Ucrânia, mas a Rússia continua a mover-se lentamente. Em Moscovo, a máquina de propaganda acentua-se, com vários jornalistas internacionais a conseguirem falar com espetadores que admitiram que foram obrigados a estar presentes, com instruções claras sobre o que dizer.
Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, a guerra na Ucrânia já provocou mais de 3,2 milhões de refugiados. Morreram pelo menos 816 civis ucranianos, dos quais mais de cem são crianças.
Acompanhe aqui AO MINUTO os mais recentes desenvolvimentos sobre a guerra na Ucrânia:
15h30 - Boa tarde. Terminamos por agora a cobertura iniciada esta manhã sobre a invasão russa na Ucrânia. Pode continuar a seguir as principais notícias sobre a guerra neste link.
15h06 - Rússia disparou mais de 450 mísseis, dizem ucranianos
O ministério da Defesa da Ucrânia disse esta tarde, citado pelo Kyiv Independent, que os russos já lançaram mais de 1400 ataques aéreos e dispararam 459 mísseis contra infraestruturas civis e militares ucranianos.
️Ukraine's Defense Ministry: Russia conducts 1,403 airstrikes, fires 459 missiles at Ukraine since the start of the invasion.
— The Kyiv Independent (@KyivIndependent) March 19, 2022
U.S. security officials recently told BBC that Russia had fired over 1,000 missiles.
14h58 - Parlamento de Kyiv pede à UE decisão "rápida e positiva" sobre adesão
O parlamento ucraniano pediu hoje à Comissão Europeia e ao Parlamento Europeu uma decisão "rápida e positiva" sobre o pedido de adesão da Ucrânia à União Europeia (UE), formalizado quatro dias depois da invasão russa.
14h41 - Metalúrgica em Mariupol praticamente destruída por exército russo
O exército russo destruiu quase por completo a fábrica da Azovstal, uma das maiores empresas de laminação de aço da Europa, instalada em Mariupol, no sul da Ucrânia, informou hoje o Ministério do Interior ucraniano.
14h33 - Boris Johnson diz que é vital que Putin fracasse na invasão
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse hoje ser vital que a invasão da Ucrânia pela Rússia fracasse e considerou que se o presidente russo, Vladimir Putin, for vitorioso, não irá parar apenas naquele país.
14h25 - Mais de 3,3 milhões de pessoas fugiram do Ucrânia devido à invasão russa
Mais de 3,3 milhões de refugiados já fugiram da Ucrânia desde a invasão russa, enquanto cerca de 6,5 milhões de pessoas estão deslocadas internamente, anunciou hoje a ONU. Comparativamente ao anterior relatório, divulgado na sexta-feira, há mais 58.030 ucranianos refugiados nos países vizinhos.
14h18 - Primeiro-ministro da República Checa demonstra apoio no acolhimento de refugiados
O primeiro-ministro checo, Petr Fiala, salientou a vontade do país de acolher "as mulheres e as crianças" dos ucranianos, à medida que mais de 3 milhões de refugiados fogem da Ucrânia em busca de refúgio. Fiala, que visitou Kyiv com os líderes da Polónia e Eslovénia, disse no Twitter que "a velocidade e tamanho da onda de refugiados é incomparável a ondas passadas, mas a República Checa consegue gerir".
Uprchlická vlna je svou rychlostí a velikostí nesrovnatelná s minulými vlnami. ČR to zvládne.
— Petr Fiala (@P_Fiala) March 19, 2022
Nechceme od EU, aby se zaváděly kvóty, ale aby existovala finanční solidarita k zemím, které jsou nejvíce postiženy uprchlickou vlnou. pic.twitter.com/yevVJVCtSl
13h30 - Governo alemão preocupado com fornecimento de energia no próximo inverno
O ministro da Economia alemão, Robert Habeck, sublinhou hoje a preocupação do Governo com o fornecimento de energia na Alemanha no próximo inverno, pouco antes de partir para uma visita aos países do Golfo.
13h08 - Putin está "melhor do que nunca", diz Lukashenko
Numa entrevista ao canal de televisão japonês TBS, o presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, conhecido aliado do presidente russo, destacou a relação próxima que mantém com Putin e diz que este está em perfeito estado de saúde, descartando as acusações de vários líderes mundiais, que acusam o chefe de Estado da Rússia de estar a ser irracional, devido à invasão russa à Ucrânia.
12h58 - Autoridades receiam elevado número de vítimas em ataque russo a quartel
As autoridades ucranianas estavam hoje a procurar eventuais vítimas nos escombros de um quartel no sul da Ucrânia que foi completamente destruído por um ataque russo, suscitando receios de um elevado número de mortos.
12h45 - PCP "perplexo" com ida de Mário Machado para a Ucrânia
O PCP condenou este sábado a decisão do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), que autorizou, na sexta-feira, Mário Machado a interromper as medidas de coação que lhe foram aplicadas num processo sobre posse de arma ilegal e a ir combater para a Ucrânia. O partido liderado por Jerónimo de Sousa diz olhar para esta deliberação com “perplexidade”.
12h26 - Porto, Gaia e Matosinhos enviaram 90 toneladas de donativos
A campanha "Somos todos Ucrânia" organizada pelo Porto, Gaia e Matosinhos recebeu, em duas semanas, 1.104 ofertas de alojamento, 370 para a bolsa de serviços e enviou 90 toneladas de donativos para zonas fronteiriças da Polónia com a Ucrânia.
12h10 - SNS cria consulta para crianças e jovens vindos da Ucrânia
O Serviço Nacional de Saúde (SNS) vai disponibilizar, a partir de segunda-feira, 21 de março, uma consulta para acompanhamento de jovens e crianças chegadas da Ucrânia, anunciou, este sábado, o Ministério da Saúde.
11h46 - BE quer espiral de inflação acautelada e apoio aos refugiados da Ucrânia
O BE quer que o Orçamento do Estado "acautele a espiral de inflação" e proteja as pessoas com maiores dificuldades da escalada de preços dos bens e serviços essenciais, defendendo um apoio aos refugiados da guerra na Ucrânia.
11h39 - Bulgária não vai enviar ajuda militar para a Ucrânia
O primeiro-ministro búlgaro, Kiril Petkov, descartou hoje enviar ajuda militar para a Ucrânia, mas disse que a Bulgária, aliado da NATO, irá continuar a dar assistência humanitária ao país.
11h24 - Partidos favoráveis a maior investimento na Defesa
Os partidos com representação parlamentar mostram-se favoráveis a um aumento do investimento orçamental na Defesa em Portugal, destacando a necessidade de melhorar a atratividade das carreiras e divergindo num eventual reforço em armamento.
11h14 - Negociador ucraniano acusa ministra alemã de ter medo de Putin
O assessor do Presidente ucraniano e membro da equipa de negociadores, Mykhailo Podolyak, voltou a apelar à imposição de uma zona de exclusão aérea, criticando diretamente a ministra da Defesa alemã, Christine Lambrecht. No Twitter, Podolyak citou a alemã e disse que se esta "não reconhecer a guerra e tiver medo de Putin, pelo menos não faça declarações provocatórias".
🇩🇪 minister #Lambrecht openly said: "NATO won’t intervene in the conflict & won’t create a no-fly zone in 🇺🇦". Each such statement by 🇪🇺 politicians encourages 🇷🇺 to massacre in 🇺🇦. If you don’t recognize the war & are afraid of Putin, at least don’t make provocative statements.
— Михайло Подоляк (@Podolyak_M) March 19, 2022
11h03 - Polónia quer proibição total a trocas comerciais com a Rússia
O primeiro-ministro da Polónica afirmou este sábado que o país irá propor na União Europeia uma proibição a quaisquer trocas comerciais com empresas russas. Num comunicado citado pela Reuters, Mateus Morawiecki disse que o bloqueio a implementar "o mais cedo possível" iria "forçar ainda mais a Rússia a considerar que o melhor será parar esta guerra cruel".
10h51 - NASA critica diretor da Roscosmos, mas assegura cooperação com russos
Apesar das ameaças do diretor-geral da Roscosmos, Dmitry Rogozin, a NASA assegurou, na sexta-feira, que mantém uma cooperação saudável com os cosmonautas russos na Estação Espacial Internacional (EEI), mas não deixou de atirar farpas ao diretor-geral da agência espacial russa.
10h40 - Defesa ucraniana alega morte de mais um general russo
O Estado-Maior das forças armadas ucranianas confirmaram este sábado a morte de mais um general russo. Andrei Mordvichev era comandante de um exército no distrito militar do sul da Rússia. Os russos não confirmaram a morte do militar.
Внаслідок нанесення вогневого ураження по противнику, знищено командувача 8-ї загальновійськової армії Південного військового округу збройних сил російської федерації генерал-лейтенанта Андрія Мордвічева. 🦾 pic.twitter.com/gNfSCMIpkw
— Генеральний штаб ЗСУ (@GeneralStaffUA) March 19, 2022
10h10 - Impacto de notícias da guerra na saúde mental já se vê na prática clínica
O presidente eleito da Sociedade Portuguesa de Psiquiatria e Saúde Mental (SPPSM) alertou hoje que o impacto das noticias sobre a guerra na Ucrânia na saúde mental dos portugueses já se está a sentir na prática clínica.
9h51 - Guerra terá matado 112 crianças
O procurador-geral da Ucrânia afirmou este sábado via Telegram, citado pela Reuters, que morreram 112 crianças desde o início da guerra e foram feridas outras 140. A Reuters alerta, no entanto, que não conseguiu verificar o número, mas a verdade é que a ONU também aponta que morreram pelo menos cem crianças em 24 dias de invasão.
9h33 - Guterres alerta para "furacão de fome"
O secretário-geral da Organização das Nações Unidas afirmou no Twitter que a guerra está a "destabilizar as cadeias de fornecimento" e a aumentar o preço de bens essenciais, pelo que apela para que se faça "o que for possível para evitar um furacão de fome e um colapso do sistema alimentar mundial".
The war in Ukraine is already disrupting supply chains and causing the prices of fuel, food and transport to skyrocket.
— António Guterres (@antonioguterres) March 19, 2022
We must do everything possible to avert a hurricane of hunger and a meltdown of the global food system.
9h20 - Recolher obrigatório em Zaporizhzhia, depois de nove mortos em bombardeamento
As forças armadas ucranianas ordenaram um recolher obrigatório de 38 horas na cidade de Zaporizhzhia, local que alberga a maior central nuclear da Europa que continua nas mãos dos russos. Citado pela Reuters, as autoridades locais pedem que as pessoas não saiam de casa e apontam que morreram nove pessoas num bombardeamento. Zaporizhzhia tornou-se numa das rotas de fuga de quem foge de Mariupol e a batalha junto à central preocupou o mundo, perante o risco de um desastre nuclear.
9h10 - PE debate como tornar UE independente do gás russo e segurança alimentar
O Parlamento Europeu vai discutir, na próxima semana, como a União Europeia (UE) pode acabar com dependência dos combustíveis fósseis da Rússia e travar aumentos dos preços energéticos, bem como garantir segurança alimentar face à guerra na Ucrânia.
8h50 - Bolsa de Moscovo reabre na segunda-feira com obrigações federais
A bolsa de Moscovo, fechada desde 24 de fevereiro, no seguimento da invasão russa da Ucrânia, vai reabrir na segunda-feira a atividade com obrigações federais, anunciou na sexta-feira a governadora do banco central (BCR), Elvira Nabiulina.
8h37 - Baixas russas terão chegado às 14 mil
As Forças Armadas Ucranianas, na sua atualização diária através do Facebook, contam este sábado que as tropas russas terão sofrido cerca de 14 mil baixas - um número disputado pelos invasores, que alegam um número consideravelmente mais reduzido. Foram também abatidos 95 aviões, 115 helicópteros, mais de 460 tanques e mais de 1700 veículos de transporte de soldados.
Nos dez anos que durou a Guerra no Afeganistão, entre 1979 e 1989, a União Soviética perdeu cerca de 15 mil soldados.
Information on Russian invasion
— MFA of Ukraine 🇺🇦 (@MFA_Ukraine) March 19, 2022
Losses of the Russian armed forces in Ukraine, March 19 pic.twitter.com/7igTs8lFa9
8h30 - Ucrânia tenta abrir dez corredores humanitários este sábado
A vice-primeira-ministra ucraniana, Iryna Vereshchuk, contou à Reuters que espera que o governo consiga abrir dez corredores humanitários este sábado para resgatar civis. Pelo menos mais um corredor foi aberto para permitir a saída de civis da cidade cercada de Mariupol, mas a intensificação da luta tem dificultado o acesso a comida, água e também a missões de salvamento.
8h01 - Rússia diz ter usado mísseis hipersónicos
O Ministério da Defesa russa afirmou hoje ter usado mísseis ar-terra hipersónicos para destruir um depósito de armas subterrâneo, no leste da Ucrânia, na sexta-feira.
7h55 - Milhares juntam-se para aplaudir Putin, mas razões são duvidosas
O presidente russo Vladimir Putin foi o protagonista de um grande comício no Estádio Luzhniki, em Moscovo, onde várias dezenas de milhares de russos aplaudiram o líder, cantaram músicas patrióticas e celebraram o aniversário da ocupação da Crimeia. As imagens das televisões estatais russas mostraram um comício animado, com Putin a defender o que considera ser uma "operação militar especial" na Ucrânia mas jornalistas no local duvidam da veracidade total do evento.
Segundo a BBC, vários dos presentes que correram o risco de falar à imprensa contaram que foram forçados ou pressionados a ir ao evento, incluindo professores e trabalhadores do metro, e que receberam instruções sobre o que dizer e cantar. Outros contaram que nem sequer sabiam que iam a um evento pró-guerra, apenas que tinham recebido indicações para ir a um concerto.
🧵 This is the picture the Kremlin wants you to see: thousands of people who support President Putin and the "special military operation" in Ukraine, crammed into Luzhniki Stadium in Moscow. We went there today and talked to dozens of people who attended... 🧵 pic.twitter.com/RGgWL2fSej
— Will Vernon (@BBCWillVernon) March 18, 2022
7h45 - Denúncias da Rússia sobre armas biológicas "devem ser investigadas", diz Brasil
O embaixador brasileiro na ONU afirmou hoje à Lusa que as recentes denúncias feitas pela Rússia, de que a Ucrânia possui armas biológicas no seu território, devem ser "investigadas de forma séria e imparcial" e não descartadas.
7h30 - Bombardeamentos em Lugansk causaram quatro mortos, dizem autoridades
O chefe da administração militar regional de Lugansk disse hoje que pelo menos quatro pessoas morreram e dez ficaram feridas, na sequência de bombardeamentos nas cidades de Severodonetsk e Rubizhne.
7h25 - Rússia seguirá estratégia de "desgaste"
O Ministério da Defesa do Reino Unido, na sua atualização de inteligência desta manhã, pinta um cenário ainda mais terrível para os próximos dias na Ucrânia. As forças britânicas dizem que o Kremlin "falhou até agora os seus objetivos iniciais" e o próximo passo será uma "estratégia de desgaste", que "provavelmente envolverá o uso indiscriminado de fogo, resultando num aumento de baixas civis, destruição da infraestrutura ucraniana e a intensificação da crise humanitária".
Latest Defence Intelligence update on the situation in Ukraine - 19 March 2022
— Ministry of Defence 🇬🇧 (@DefenceHQ) March 19, 2022
Find out more about the UK government's response: https://t.co/iXd9G8IiA0
🇺🇦 #StandWithUkraine 🇺🇦 pic.twitter.com/6fYJwelqMP
7h20 - Tiroteios chegam às ruas de Mariupol
A cidade de Mariupol tem sido das mais fustigadas pela guerra, com o cerco russo a resultar numa crise humanitária sem precedentes. Falta comida, água e condições básicas de vida e, agora, os russos estão mais próximos de tomar a cidade. Segundo a Sky News, os tiroteios e a luta chegou às ruas do centro da cidade portuária. A informação começou a ser veiculada pelo governo russo, e o autarca da cidade confirmou à BBC que a luta no centro estava "realmente ativa". Vadym Boichenko adianta ainda que ainda há 200 mil pessoas por resgatar.
7h15 - Autoridade militar de Sumy diz que Rússia atingiu hospital em Trostianets
O chefe da administração militar regional de Sumy, no nordeste da Ucrânia, disse que tropas russas tinham hoje disparado contra um hospital em Trostianets, sem causar vítimas.
7h10 - Líder do Hezbollah nega envio de combatentes
O líder da milícia xiita libanesa Hezbollah negou, na sexta-feira, ter enviado combatentes para se juntarem às forças russas na Ucrânia, que indicou existirem cerca de mil paramilitares da organização fundamentalista no país.
07h09 - Bombardeamentos em Lugansk causaram quatro mortos, dizem autoridades
O chefe da administração militar regional de Lugansk disse que pelo menos quatro pessoas morreram e dez ficaram feridas, na sequência de bombardeamentos nas cidades de Severodonetsk e Rubizhne.
7h05 - Para recordar:
O presidente da câmara de Mykolaiv informou, esta sexta-feira, que a cidade foi bombardeada e há dezenas de vítimas, anunciou o jornal Kyiv Independent.
O ataque ao teatro na cidade ucraniana de Mariupol não fez qualquer vítima mortal, mas provocou um ferido grave, adiantam na sexta-feira as autoridades municipais citadas pela agência France-Presse.
A invasão russa da Ucrânia já provocou pelo menos 816 mortos e 1.333 feridos entre a população civil, incluindo mais de 130 crianças, indicou hoje a ONU.
O papa Francisco condenou "o perverso abuso de poder" patente na agressão russa à Ucrânia e pediu ajuda para os ucranianos, atacados na sua "identidade, história e tradição" e que têm direito a "defender a sua terra".
7h00 - Bom dia. Recomeçamos para este sábado a nossa cobertura AO MINUTO sobre a invasão russa na Ucrânia. Pode recordar a cobertura da noite de sexta-feira aqui.
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