As autoridades informaram que o acidente ocorreu por volta das 05:00, em Strepy-Bracquegnies, uma vila que faz parte da cidade industrial de La Louvière.
"Um carro que conduzia a alta velocidade dirigiu-se à multidão que se tinha reunido para assistir [ao carnaval]", disse à agência belga de notícias Jacques Gobert, presidente da Câmara municipal de La Louvière, cidade não muito longe da fronteira francesa, onde se localiza a vila onde ocorreram os factos.
Em conferência de imprensa em La Louvière, o procurador-adjunto do rei de Mons Damien Verheyen, citado pela agência AFP, afirmou que, por enquanto, está descartada a hipótese de atentado terrorista e negou que o carro estivesse a ser perseguido pela polícia, como foi noticiado pela imprensa.
Segundo o Ministério Público, até ao momento não há elementos para suspeitar de um motivo terrorista.
"No estado atual da investigação, sabemos que um veículo atropelou um grupo (...) e lamentamos seis mortes, 26 feridos", incluindo "dez pessoas cujas vidas estão atualmente em perigo", declarou Damien Verheyen.
Segundo o procurador-adjunto, o carro era ocupado por duas pessoas de La Louvière, nascidas em 1988 e 1990, que foram detidas.
O primeiro-ministro belga, Alexander De Croo, já lamentou na rede social Twitter o acidente: "Notícias horríveis desde Strépy-Bracquegnies".
"Uma comunidade que se estava a juntar para festejar foi atingida no coração", disse, acrescentando: "Todos meus pensamentos estão com as vítimas e os seus entes queridos. Todo o meu apoio vai também para os serviços de emergência para a sua ajuda e assistência".
Alexander De Croo deveria visitar hoje o local, durante o dia, acompanhado pelo rei Filipe, de acordo com o Gabinete do primeiro-ministro.
Em comunicado do gabinete do presidente da câmara adianta que um grupo de 100 pessoas tinha acabado de sair do salão Omnisports para ir até ao centro da vila quando o veículo abalroou a multidão.
"O que era suposto ser uma festa de convívio transformou-se num drama. Estamos a acompanhar a situação de perto", afirmou na rede social 'Twitter' a ministra do Interior, Annelies Verlinden.
Na Bélgica, cidades e vilas organizam muitos desfiles de rua para o Carnaval, o mais conhecido em Binche e Aalst.
Tal como o de Binche, o carnaval de Strépy-Bracquegnies recebe os participantes mascarados, os "Gilles", convocados cedo para participar no desfile.
As celebrações em Strépy-Bracquegnies, a cerca de 50 quilómetros a sul de Bruxelas, foram retomadas, após dois anos canceladas devido à pandemia de covid-19.
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