O líder separatista da região ucraniana de Donetsk, Denis Pushilin, disse, esta segunda-feira, que levará ‘mais de uma semana’ até que as forças russas consigam tomar a cidade portuária de Mariupol, segundo avança a agência russa Interfax.
“Não estou otimista de que dois ou três dias, ou até uma semana, chegarão para [tomar a cidade]. Infelizmente, não, a cidade é grande”, disse Pushilin, citado pelo meio de comunicação.
Recorde-se que a Ucrânia rejeitou ceder, este domingo, ao ultimato russo para que as forças ucranianas abandonassem Mariupol até à manhã de segunda-feira, em troca da abertura de um corredor humanitário, recusando-se, assim, a entregar a cidade portuária.
Mariupol encontra-se cercada por tropas russas há cerca de duas semanas. Na sexta-feira, a Organização das Nações Unidas (ONU) alertou que as reservas de água e alimentos na região estão a esgotar-se e praticamente nenhuma ajuda humanitária foi autorizada a entrar na área.
A cidade portuária é um ponto estratégico para os interesses de Moscovo, sendo que a sua ocupação permitiria às tropas russas ligar as regiões de Donbass com a península da Crimeia. Também deixaria a Ucrânia sem um porto no Mar de Azov, permitindo que a Rússia aumentasse a sua ofensiva a partir do sul do país.
Assim, através de um corredor terrestre entre o Donbass e a Crimeia, seria mais fácil para a Rússia mover tropas e bens de e para a península anexada, uma vez que a Crimeia só está ligada à Rússia através de uma ponte.
A Rússia lançou uma ofensiva militar na Ucrânia a 24 de fevereiro, que causou pelo menos 902 mortos e 1.459 feridos entre a população civil, incluindo mais de 170 crianças, e provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, entre as quais mais de 3,3 milhões para os países vizinhos, segundo o mais recente balanço da Organização das Nações Unidas (ONU).
Cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia, adianta a ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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