Ucrânia: Número de refugiados chega aos 3,48 milhões de pessoas

O número de cidadãos ucranianos que fugiram do país devido à invasão russa alcançou os 3,48 milhões, segundo dados divulgados hoje pelo Alto Comissariado da ONU para Refugiados (ACNUR), referindo que a maioria são mulheres, crianças e idosos.

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Lusa
21/03/2022 12:41 ‧ 21/03/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia/Rússia

No domingo, esta agência da ONU dava conta de 3.389.044 refugiados ucranianos e acrescentava ter ainda registado de mais 6,6 milhões de deslocados internos.

Segundo o ACNUR, a Polónia recebeu mais de dois milhões desses refugiados, enquanto centenas de milhares deixaram a Ucrânia para os países vizinhos Hungria, Eslováquia, Moldova, Roménia, Rússia e, em menor escala, para a Bielorrússia.

O fluxo de refugiados diminuiu ligeiramente nas últimas duas semanas, mas continua ininterrupto, tendo o ACNUR manifestado receio de que possa voltar a acelerar devido aos recentes ataques no oeste da Ucrânia, que até agora tinham permanecido relativamente intocados pelo conflito e eram considerados como um refúgio pelos ucranianos do leste.

Entre refugiados e deslocados internos, o ACNUR prevê que cerca de 10 milhões de ucranianos, quase um quarto da população total do país, tenham sido forçados a deixar as suas casas, afirmou o alto-comissário da organização, Filippo Grandi.

De acordo com o responsável, cerca de 90% dos que fugiram são mulheres e crianças. Os homens entre os 18 e os 60 anos podem ser mobilizados para os combates, pelo que não podem deixar o país.

A Unicef, agência das Nações Unidas para as crianças, disse que mais de 1,5 milhões de crianças estão entre os que fugiram para outros países e alertou que os riscos de tráfico e exploração de seres humanos que enfrentam são "reais e crescentes".

Outra agência da ONU, a Organização Internacional para as Migrações (OIM) também anunciou que, na quarta-feira, 162.000 cidadãos de países terceiros fugiram da Ucrânia para Estados vizinhos.

Antes do conflito, a Ucrânia tinha uma população de 37 milhões em áreas controladas pelo Governo, excluindo a Crimeia anexada pela Rússia em 2014 e as áreas separatistas pró-Rússia da região de Donbass.

A Rússia lançou, a 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia, depois de meses a concentrar militares e armamento na fronteira com a justificação de estar a preparar exercícios.

A guerra já matou pelo menos quase mil civis e feriu cerca de 1.500, incluindo mais de 170 crianças, de acordo com as Nações Unidas. Além disso, o conflito provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas das suas casas, entre as quais mais de 3,3 milhões para os países vizinhos.

Segundo a ONU, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Leia Também: Bruxelas pede reformas e investimentos para UE não depender de gás russo

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