O Ministério dos Negócios Estrangeiros ucraniano disse na segunda-feira, dia 21 de março, que as forças russas removeram "ilegalmente" 2.389 crianças das regiões separatistas de Lugansk e Donetsk. Esta terça-feira, a Embaixada dos Estados Unidos da América reagiu a esta informação.
Numa publicação feita no Twitter, a Embaixada cita os dados do Ministério e acusa as forças russas de "sequestro".
"De acordo com o Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, as forças russas removeram ilegalmente 2.389 crianças ucranianas dos oblasts [subdivisão administrativa e territorial] de Donetsk e Lugansk para a Rússia. Isso não é assistência. É sequestro", escreveu a embaixada no Twitter.
According to the Ukrainian Foreign Ministry, Russian forces have illegally removed 2,389 Ukrainian children from Donetsk and Luhanks oblasts to Russia. This is not assistance. It is kidnapping.
— U.S. Embassy Kyiv (@USEmbassyKyiv) March 22, 2022
Kyiv tem acusado Moscovo de deportar ilegalmente crianças de Mariupol numa altura em que há relatos de que os soldados russos estão a encaminhar civis para as regiões orientais de Donbass, controladas pelos russos.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia disse ontem que a ação das forças russas relativamente a estas crianças é "uma violação grosseira da lei internacional".
Iryna Venediktova, procuradora-geral da Ucrânia, diz que "as forças russas não estão apenas a atacar e matar crianças, estão também a movê-las à força para a Rússia". No fim do tweet, a procuradora-geral acusa, através de uma 'hashtag', a Rússia de crimes de guerra.
Окупанти не тільки вбивають наших дітей, вони фактично викрадають їх - примусово переміщуючи на територію РФ. Зареєстрували кримінальне провадження про вивезення 19 березня 2389 дітей з тимчасово окупованих територій України. @MFA_Ukraine #RussianWarCrimes
— Iryna Venediktova (@VenediktovaIV) March 21, 2022
Refira-se que no dia 9 de março, um dia que ficou marcado pelo bombardeamento a uma maternidade em Mariupol, o presidente russo reuniu com a comissária dos Direitos da Criança para mudar a lei no sentido de permitir aos russos adotar crianças ucranianas.
Esta nova legislação aplicar-se-ia a crianças das regiões separatistas de Donetsk e Lugansk, de onde as crianças estão agora a ser retiradas "ilegalmente", segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros.
Este é já o 27.º dia de guerra. Pelo menos 925 civis morreram desde o início da invasão a que Putin apelida de "operação militar especial". O número será, porém, significativamente maior, indicou a ONU na segunda-feira.
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