O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, admitiu esta terça-feira que a Rússia poderá usar armas nucleares contra a Ucrânia caso a sua existência esteja ameaçada.
Em entrevista à jornalista Christiane Amanpour para a CNN, Peskov indicou que "não foi Putin que arruinou o acordo de Minsk, foi o lado ucraniano" e recusou, após insistência por parte da jornalista, pôr de lado o uso deste tipo de armas.
"O presidente Putin pretende que o mundo ouça as nossas preocupações", começou por dizer fazendo referência às "décadas" em que a Rússia alertou a Europa e a NATO para os seus receios.
O porta-voz do Kremlin, após Amanpour ter questionado diversas vezes se Peskov poderia garantir que Putin nunca usaria armas nucleares, acaba por assumir: "Se existir uma ameaça existencial para o nosso país, então [armas nucleares] podem ser usadas".
President Putin has raised the threat of using nuclear weapons – and his spokesperson Dmitry Peskov refused to rule out their use, in an interview with me tonight. pic.twitter.com/uxQqncLGYN
— Christiane Amanpour (@amanpour) March 22, 2022
O principal porta-voz do presidente russo admitiu também que a Rússia ainda não atingiu nenhum de seus objetivos militares na Ucrânia.
Quando perguntado sobre o que Putin achava que tinha conquistado na Ucrânia até agora, Peskov respondeu: "Bem, antes de tudo, ainda não. Ele ainda não alcançou".
A Rússia lançou uma ofensiva militar contra a Ucrânia na madrugada de dia 24 de fevereiro. 27 dias volvidos há registo de, pelo menos, 925 civis mortos e milhares de soldados, de ambos os lados, mortos.
O número de civis, advertiu a ONU, poderá ser significativamente maior uma vez que os 925 são apenas os óbitos que foram possíveis de confirmar.
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