Uso de armas químicas pela Rússia "alteraria a natureza do conflito"
O secretário-geral da NATO sublinhou que a organização defenderá os seus membros e o seu território contra qualquer agressão, ainda que tudo esteja a fazer para "evitar uma escalada da guerra e que esta se torne um conflito entre a NATO e a Rússia".
© Getty Imagens
Mundo Ucrânia/Rússia
O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, alertou esta quarta-feira que o uso de armas químicas por parte da Rússia teria consequências desastrosas, alterando “completamente a natureza do conflito” em solo ucraniano.
“Qualquer uso de armas químicas alteraria completamente a natureza do conflito. Seria uma violação flagrante da lei internacional e teria consequências profundas”, apontou, em véspera da cimeira extraordinária de líderes da NATO que se celebra na quinta-feira, em Bruxelas, um mês após o início da invasão russa na Ucrânia.
O responsável referiu ainda esperar que, amanhã, “os aliados concordem em fornecer apoio adicional, incluindo assistência cibernética de segurança, assim como equipamento para ajudar a Ucrânia a proteger-se contra ameaças químicas, biológicas, radiológicas e nucleares”, já que não seria a primeira vez que o Kremlin utiliza agentes biológicos – fê-lo na Síria – e parece estar a recorrer a falsos pretextos para justificar o seu uso.
O dirigente norueguês escusou-se a detalhar que tipo específico de equipamento e material os membros da NATO poderão concordar em fornecer à Ucrânia, até para evitar que a Rússia tome conhecimento.
Para ilustrar "a gravidade" desta questão, Stoltenberg sublinhou ainda que o recurso a armas químicas, além das consequências extremamente graves que pode ter para a população ucraniana, pode também atingir populações de países membros da NATO, através da contaminação e propagação.
Por diversas vezes, o responsável disse que a NATO tudo está a fazer para "evitar uma escalada da guerra e que esta se torne um conflito entre a NATO e a Rússia, pois tal causaria mais mortes e destruição", sublinhando, contudo, que a organização defenderá os seus membros e o seu território contra qualquer agressão.
Na mesma linha, a embaixadora dos Estados Unidos da América (EUA) na Organização das Nações Unidas (ONU), Linda Thomas-Greenfield, manifestou na terça-feira preocupações sobre um iminente ataque químico por parte da Rússia, após Moscovo insistir que é a Ucrânia quem possui esse tipo de armamento. Também Joe Biden, presidente norte-americano, revelou temer que Moscovo use armamento biológico sob o pretexto de que os EUA possuem essa tipologia de armas em laboratórios ucranianos, alegações que o líder classifica como "simplesmente falsas".
Ainda assim, Moscovo terá alegadamente usado bombas de fósforo branco nas cidades de Hostomel e Irpin, conforme noticia o The Kyiv Independent, que cita o presidente da Câmara de Irpin, Oleksandr Markushin.
Segundo a mesma fonte, as forças russas atacaram, na noite passada, estas duas cidades, localizadas nos subúrbios de Kyiv, tendo recorrido a esta mesma arma - cujo uso contra civis é proibido pelas Convenções de Genebra.
Os chefes de Estado e de Governo da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês) reúnem-se presencialmente esta quinta-feira em Bruxelas, no dia em que fará precisamente um mês desde o início da guerra na Ucrânia, a 24 de fevereiro, estando prevista a participação, por videoconferência, do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Leia Também: AO MINUTO: Bombas de fósforo branco usadas em Hostomel e Irpin
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