"Ontem, 22 de março, os invasores russos usaram fósforo proibido nos subúrbios do noroeste de Kiev", disse o presidente da Câmara de Irpin, Oleksandr Markushyn, na sua conta da rede social Telegram.
"A área aproximada onde a destruição foi causada foi Hostomel-Irpin", acrescentou o autarca, que ilustrou a sua mensagem com fotos que parecem mostrar um aglomerado de faíscas a cair do céu noturno, segundo a agência de notícias Ukrinform.
O presidente da Câmara de Irpin - onde os combates ocorrem desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro -- sublinhou que o uso de fósforo branco "é um crime contra a humanidade e uma violação da Convenção de Genebra de 1949".
Horas antes, o Presidente dos EUA, Joe Biden, repetiu que existe uma "ameaça real" de que a Rússia use armas químicas na Ucrânia.
Nos últimos dias, a Casa Branca insistiu no risco de Moscovo vir a usar armas químicas como parte de uma "operação de bandeira falsa", referindo-se a uma tática de guerra na qual uma parte em conflito comete um ato e faz parecer que foi a outra parte que o realizou.
Também o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, disse hoje esperar que os aliados concordem em fornecer apoio adicional à Ucrânia face à invasão russa, incluindo equipamento contra armas químicas e biológicas, cuja utilização, advertiu, "alteraria completamente a natureza do conflito".
"Espero que amanhã [quinta-feira] os aliados concordem em fornecer apoio adicional, incluindo assistência cibernética de segurança, assim como equipamento para ajudar a Ucrânia a proteger-se contra ameaças químicas, biológicas, radiológicas e nucleares", disse Stoltenberg.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 953 mortos e 1.557 feridos entre a população civil, incluindo mais de 180 crianças, e provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais 3,53 milhões para os países vizinhos, indicam os mais recentes dados da ONU.
Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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