"Compreendem que isso seria a III Guerra Mundial? Acham que nos iríamos afastar?", questionou Lukashenko, citado pela agência de notícias estatal bielorrussa Belta.
O Presidente bielorrusso descreveu a proposta polaca como "uma ideia insana", referindo que Varsóvia continua a insistir em enviar cerca de 100.000 soldados para a Ucrânia.
"A situação é muito séria e muito tensa. É preciso entender isso", alertou.
A Polónia anunciou na semana passada que ia apresentar, durante a cimeira extraordinária da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte) que hoje se realiza, uma proposta para a criação uma missão de paz na Ucrânia.
Também o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, considerou, na quarta-feira, a proposta da Polónia, um dos principais aliados de Kiev e destino de milhões de refugiados ucranianos, como uma provocação, acusando aquele país de ter ambições territoriais na Ucrânia.
O envio de forças de paz da NATO para a Ucrânia "implicará confrontos diretos entre as forças russas e as da NATO, algo que todos gostaríamos de evitar, pelo que avisamos desde já que isso [o envio de forças de paz] não pode acontecer", disse Lavrov durante uma palestra numa universidade em Moscovo.
O secretário-geral da NATO afirmou, na quarta-feira, esperar que os líderes da Aliança aprovem "grandes aumentos" de forças no leste da Europa, com o envio de quatro grupos de combate adicionais.
Seundo Jens Stoltenberg, o "primeiro passo" para esse incremento consiste no "empenhamento de quatro novos grupos de combate da NATO", que serão enviados para a "Bulgária, Hungria, Roménia e Eslováquia".
"Em conjunto com as nossas forças já existentes nos países bálticos e na Polónia, isso significa que iremos ter oito grupos de combate multinacionais da NATO em todo o flanco oriental, desde o Báltico até ao Mar Negro", disse.
Segundo Stoltenberg, a Aliança vive atualmente uma "nova realidade" em relação à segurança, pelo que defendeu a necessidade de um fazer um "reset" na sua postura de "dissuasão e defesa a longo prazo".
Os chefes de Estado e de Governo NATO reúnem-se hoje em Bruxelas, no dia em que faz precisamente um mês desde o início da guerra na Ucrânia, a 24 de fevereiro, estando prevista a participação, por videoconferência, do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
O conflito já provocou ainda a fuga de mais 10 milhões de pessoas de suas casas, sendo que mais de 3,6 fugiram para outros países.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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