Embaixador russo processa jornal italiano devido a artigo sobre Putin

Em causa está um artigo intitulado 'Se matar o tirano for a única opção', numa referência ao presidente russo, Vladimir Putin, e à invasão russa da Ucrânia. Jornal já se defendeu e pede à embaixada para "arranjar tradutores melhores".

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© Massimo Di Vita/Archivio Massimo Di Vita/Mondadori Portfolio via Getty Images

Márcia Guímaro Rodrigues
25/03/2022 12:58 ‧ 25/03/2022 por Márcia Guímaro Rodrigues

Mundo

Guerra na Ucrânia

O embaixador da Rússia em Itália, Sergey Razov, anunciou esta sexta-feira que vai processar o jornal italiano La Stampa. Em causa está um artigo, publicado na terça-feira, intitulado 'Se matar o tirano for a única opção', numa referência ao presidente russo, Vladimir Putin, e à invasão russa da Ucrânia. 

“No título, não há dúvidas. O possível assassinato de Putin é considerado, isso está fora da ética, da moral e das regras do jornalismo. O código penal de Itália condena a incitação ao crime. De acordo com a lei italiana, fui ao Ministério Público registar esta queixa, juntamente com um pedido às autoridades italianas para investigar o caso. Confio na justiça italiana”, disse o embaixador aos jornalistas, por intermédio de um tradutor. 

Segundo a agência de notícias Reuters, a análise do jornal - 'Se matar o tirano for a única opção' - considerava que se todas as outras opções não conseguissem parar a invasão russa, a única solução seria alguém assassinar o presidente russo.

Já numa nota publicada no site do jornal, o autor do artigo, Domenico Quirico, descrito como um “dos mais reconhecidos especialistas em guerras e política internacional, com trinta anos de experiência na área”, defende-se: “Que a embaixada russa arranje um tradutor melhor. Escrevi que matar Putin era imoral”.

Razov sublinhou que trabalha em Itália “há oito anos” e colaborou com vários primeiros-ministros - Matteo Renzi, Giuseppe Conte, Enrico Letta e Mario Draghi - para “construir pontes e fortalecer relacionamentos na economia, cultura e outros campos”, entre os dois países.

Na conferência, em frente a um tribunal de Roma, o responsável incitou os jornais “a seguir as duas mensagens e não apenas as do lado ucraniano”. “Todos os dias leio a imprensa italiana e todos os dias vejo algumas fotos cuja proveniência é muito duvidosa”, atirou.

Assinala-se esta sexta-feira o 30.º dia desde o início da invasão russa da Ucrânia. Segundo dados confirmados pela Organização das Nações Unidas (ONU), mais de mil civis foram mortos e 1.650 ficaram feridos até ao final do dia de quarta-feira.

Leia Também: AO MINUTO: Valas comuns em Mariupol; Novo acordo entre EUA e UE

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