Ucrânia diz que negociações com a Rússia são "extremamente difíceis"
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia desmente que os países tenham chegado a um acordo em quatro das seis questões-chave.
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Mundo Guerra na Ucrânia
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, afirmou esta sexta-feira que as negociações para um acordo de paz e um cessar-fogo com a Rússia estão a ser “difíceis” e desmentiu as informações avançadas pelo presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, que davam conta que os dois países já tinham chegado a acordo em quatro das seis questões-chave.
“Não há consenso com a Rússia sobre os quatro pontos referidos pelo presidente da Turquia. Em particular, a língua estatal da Ucrânia é e será o ucraniano”, lê-se numa nota publicada na rede social Facebook.
O ministério esclarece ainda que “a classificação dos principais tópicos das negociações em quatro ou qualquer outro número de pontos está incorreta” e que há “muitas questões diferentes discutidas em subgrupos pelas delegações simultaneamente”.
Na semana passada, em entrevista ao jornal turco Hurriyet, Ibrahim Kalin, porta-voz do presidente da Turquia, avançou que as questões em discussão pelas delegações russa e ucraniana - que se reuniram na cidade turca de Antalya - foram agrupadas em seis pontos, o primeiro dos quais diz respeito à neutralidade da Ucrânia, que impediria a adesão do país à NATO.
As restantes questões são o desarmamento e as garantias mútuas de segurança, o processo a que a Rússia chama de "desnazificação", a remoção de obstáculos à utilização generalizada do russo na Ucrânia, o estatuto do Donbass e o estatuto da Crimeia.
A Ucrânia afirma estar “sinceramente grata à Turquia e ao presidente Erdogan pela ajuda política e humanitária”, além “dos esforços diplomáticos para acabar com a guerra”. Mas, frisa, “ao mesmo tempo é importante avaliar objetivamente a situação”.
O ministério, tutelado por Kuleba, frisa que “o processo de negociação está a ser extremamente difícil”, mas a “delegação ucraniana tomou uma posição forte e não abdica das suas exigências”. “Insistimos, em primeiro lugar, num cessar-fogo, garantia de segurança e na integridade territorial da Ucrânia”, explicou.
Assinala-se esta sexta-feira o 30.º dia desde o início da invasão russa da Ucrânia. Segundo dados confirmados pela Organização das Nações Unidas (ONU), mais de mil civis foram mortos e 1.707 ficaram feridos até ao final do dia de quarta-feira.
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