O Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) registava 3.725.806 refugiados ucranianos no seu site na Internet às 12:00 de hoje, mais 50.854 do que na contagem anterior, divulgada na quinta-feira.
A Europa não conhecia um fluxo assim tão rápido de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial.
Desde 22 de março, o número de pessoas que procura fugir dos combates e das condições de vida cada vez mais difíceis na Ucrânia caiu para menos de 100.000 por dia.
A organização internacional avançou hoje que cerca de 13 milhões de pessoas estão retidas em áreas afetadas pelo conflito e sem meios para fugir devido, entre outras coisas, à destruição de estradas e pontes.
Entre as pessoas que conseguiram fugir da Ucrânia, cerca de 90% são mulheres e crianças. Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), mais de 1,5 milhões de crianças encontram-se entre as pessoas que fugiram.
No total, mais de 10 milhões de pessoas, mais de um quarto da população da Ucrânia, tiveram de deixar as suas casas.
A ONU estima em quase 6,5 milhões o número de deslocados no interior da Ucrânia.
Antes do conflito, a Ucrânia tinha uma população de mais de 37 milhões de pessoas nos territórios controlados por Kiev -- que já não incluem a Crimeia (sul) anexada em 2014 pela Rússia, nem as zonas a leste sob controlo dos separatistas pró-russos desde o mesmo ano.
Só a Polónia acolhe mais de metade de todos os refugiados que fugiram desde o início da invasão russa -- cerca de seis refugiados em cada 10.
Desde 24 de fevereiro, 2.206.119 pessoas que fugiram do conflito na Ucrânia entraram na Polónia, segundo o balanço do ACNUR até 24 de março.
Mais de 200.000 refugiados ucranianos aproveitaram também viagens de comboio gratuitas para saírem da Polónia, indicaram os caminhos de ferro polacos na terça-feira.
Antes desta crise, a Polónia já acolhia cerca de 1,5 milhões de ucranianos chegados, na maioria, para trabalhar neste país membro da União Europeia.
De acordo com a agência da ONU para os refugiados, 572.754 pessoas encontravam-se na Roménia a 24 de março. Tal como acontece na Moldova, muitos refugiados decidem prosseguir viagem uma vez em segurança.
Após a chegada à Moldova, pequeno país com 2,6 milhões de habitantes e um dos mais pobres da Europa, uma parte dos refugiados prossegue a rota até à Roménia ou à Hungria, para se juntar a familiares.
Segundo aquele organismo, 376.748 pessoas entraram na Moldova até 24 de março.
A Hungria acolheu até àquela data 336.701 ucranianos, segundo a mesma fonte.
O país tem cinco fronteiras com a Ucrânia. Várias cidades fronteiriças, como Zahony, transformaram edifícios públicos em centros de socorro, onde os civis húngaros depositaram bens ou assistência.
Segundo o ponto de situação atualizado a 24 de março, 263.959 ucranianos foram para a Eslováquia.
O número de pessoas que encontrou refúgio na Rússia elevava-se a cerca de 271.254 à data de 22 de março, o número mais recente disponível.
O ACNUR indicou também, entre 21 e 23 de fevereiro, que 113.000 pessoas cruzaram os territórios separatistas pró-russos de Donetsk e de Lugansk, para a Rússia.
Até 24 de março, a Bielorrússia tinha acolhido 6.341 pessoas.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou, entre a população civil, pelo menos 1.081 mortos, incluindo 93 crianças, e 1.707 feridos, incluindo 120 menores, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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