Hungria reafirma que não deixará passar armamento letal

A Hungria reafirmou hoje que não permitirá a passagem pelo seu território de armas para a Ucrânia por não pretender envolver-se na guerra, após o líder ucraniano ter questionado esta semana por que motivo Budapeste impede esse transporte.

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Lusa
25/03/2022 17:04 ‧ 25/03/2022 por Lusa

Mundo

Ucrânia

"O Presidente da Ucrânia [Volodymyr Zelensky] pediu à Hungria e ao primeiro-ministro [Viktor] Orbán que façam duas coisas. Primeiro, reforçar as sanções ao setor energético e permitir o envio de armas à Ucrânia. O primeiro-ministro rejeitou ambos os pedidos", informou hoje o porta-voz do Governo húngaro, Zoltán Kovács.

O porta-voz governamental reiterou que a Hungria não pretende envolver-se na guerra, e por esse motivo não permitirá que seja transportado armamento letal pelo país em direção à Ucrânia, e sublinhou que "fechar as torneiras do petróleo e do gás significaria que as famílias húngaras pagariam o preço da guerra".

"Tens de decidir por ti próprio com quem estás", disse na quinta-feira a Orbán o Presidente ucraniano, que participou por videoconferência na cimeira dos líderes da União Europeia (UE), numa óbvia alusão às boas relações entre o líder húngaro e o Presidente russo, Vladimir Putin.

Zelensky comparou a atual situação da cidade de Mariupol (sul), cercada e sujeita a intensos bombardeamentos, às mortes de judeus na Hungria durante a Segunda Guerra Mundial.

"Estive em Budapeste (...) e vi o memorial "Sapatos nas margens do Danúbio (...) verás como os assassínios em massa podem voltar a ocorrer no mundo de hoje. Os mesmos sapatos. Em Mariupol existe a mesma gente", afirmou o Presidente ucraniano, ele próprio de origem judaica, que continuou a invetivar Orbán.

Hoje, o ministro dos Negócios Estrangeiros húngaro, Péter Szijjártó, também reagiu às palavras de Zelenski, assegurando que entende que para o Presidente ucraniano o mais importante é a segurança da população do país, mas acrescentou que para o Governo húngaro "o mais importante é a segurança dos húngaros".

Na Hungria, 85% das habitações utilizam o gás russo como aquecimento e 64% das importações de petróleo são provenientes da Rússia, recordou o Governo húngaro, um dos países da UE que se opõe ao corte do fornecimento de gás russo no âmbito das sanções contra a Rússia.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou, entre a população civil, pelo menos 1.081 mortos, incluindo 93 crianças, e 1.707 feridos, incluindo 120 menores, segundo os mais recentes dados da ONU.

O conflito também provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, entre as quais mais de 3,7 milhões procuraram refúgio nos países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.

Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Leia Também: Hungria rejeita sanções que possam colocar em risco segurança energética

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