De acordo com a página oficial do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR), estavam registados 3.862.797 refugiados ucranianos às 10:00 TMG (mesma hora em Lisboa) de hoje.
O número representa mais 41.748 pessoas do que as que estavam contabilizadas no domingo.
O fluxo de refugiados diminuiu acentuadamente desde terça-feira, mas deverá ultrapassar, esta semana, as estimativas avançadas pelo ACNUR no início da guerra, quando a agência da ONU previa que até quatro milhões de ucranianos, quase um décimo da população nacional, iriam fugir do país após a invasão russa.
No total, mais de 10 milhões de pessoas, ou seja, mais de um quarto da população ucraniana, tiveram de deixar as suas casas, quer fugindo para países vizinhos, quer encontrando refúgio em outros lugares da Ucrânia.
A ONU estima o número de pessoas deslocadas internamente em quase 6,5 milhões.
Apesar de o número diário de refugiados ter diminuído muito dos 100 mil registados nas primeiras semanas e até dos 50 mil dos últimos dias, o fluxo de pessoas que fogem das suas casas na Ucrânia é o maior desde a II Guerra Mundial.
Cerca de 90% dos que fugiram da Ucrânia são mulheres e crianças e, segundo a Unicef, mais de 1,5 milhão de crianças estão entre os que fugiram.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) avançou, na semana passada, que mais da metade dos 7,5 milhões menores que fazem parte da população ucraniana teve de deixar as suas casas em pouco mais de um mês de guerra.
Antes deste conflito, a Ucrânia era povoada por mais de 37 milhões de pessoas nos territórios controlados por Kiev - que, não incluem a Crimeia (sul), anexada em 2014 pela Rússia, nem as áreas de leste sob controlo separatista pró-russo.
A Polónia continua a ser o país que mais refugiados recebe, com cerca de 2,3 milhões, seguida da Roménia, com quase 600 mil (neste caso, parte dos ucranianos que chegam ao território romeno já passaram pela vizinha Moldova).
Outros países vizinhos da Ucrânia, como a Hungria, a Eslováquia, a Rússia e, em menor escala, a Bielorrússia, também abrigam dezenas de milhares de refugiados.
A Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou pelo menos 1.119 civis, incluindo 139 crianças, e feriu 1.790, entre os quais 200 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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