Moscovo não "procura mudança de regime" na Ucrânia

Acredita-se que o argumento de “desnazificação” da Ucrânia utilizado por Moscovo tem como objetivo mudar o governo ucraniano.

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© REUTERS/Alexander Ermochenko

Notícias ao Minuto com Lusa
28/03/2022 16:18 ‧ 28/03/2022 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo

Rússia/Ucrânia

A Rússia não está à procura de uma “mudança de regime” na Ucrânia, garantiu o o secretário do Conselho de Segurança russo, Nikolai  Patrushev.

Segundo a Sky News, que cita a agência de notícias Interfax, Patrushev disse ainda que as acusações dos países Ocidentais de que é esse o objetivo da invasão russa à Ucrânia são imprecisas. 

"A operação militar especial em curso foi apenas uma resposta aos passos criminosos de Kyiv em direção a essas repúblicas (separatistas pró-Rússia de Donetsk e Luhansk), uma medida oportuna e preventiva", disse Patrushev durante uma reunião com o seu colega argelino, Nureddin Makri.

"Foram encontrados documentos com provas de que Kyiv estava a preparar um ataque em grande escala e pretendia destruí-las", disse Patrushev, referindo-se a uma informação que o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, descreveu no domingo como sendo "falsa".

"Portanto, o objetivo da nossa operação especial na Ucrânia não é a mudança de regime em Kiev, como estão a tentar apresentar junto do Ocidente, mas a proteção das pessoas contra o genocídio, a desmilitarização e a desnazificação da Ucrânia", acrescentou Patrushev.

Recorde-se que a Rússia e a Ucrânia continuam sem chegar a um acordo. O governo russo aterrou hoje em Istambul para mais uma ronda de negociações em modelo presencial. 

Na sexta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Dmytro Kuleba, disse que não há qualquer “consenso” com Moscovo nesta fase das conversações.

Vladimir Medinsky, negociador-chefe de Moscovo, diz que as exigências da Rússia têm em conta a neutralidade, desmilitarização e “desnazificação” da Ucrânia - vista como um argumento para a mudança de regime - , além do reconhecimento da soberania russa da Crimeia e da independência das duas repúblicas separatistas do Donbass.

A invasão russa à Ucrânia já provocou, segundo a ONU, a morte de pelo menos 1.119 civis, incluindo 139 crianças, e feriu 1.790. 

[Notícia atualizada às 16h59]

Leia Também: AO MINUTO: Delegação russa na Turquia; Mariupol (ainda) com 160 mil civis

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