"[...] Temos evidências do uso de bombas de fragmentação na região de Odessa [grande porto ucraniano no mar Negro] e na região de Kherson", adiantou.
Questionada numa conferência de imprensa sobre o possível uso destas armas para bombardear Kiev, Iryna Venediktova respondeu que não tinha "evidências concretas" da sua aplicação na capital ucraniana e que estavam e progresso "investigações".
"Vemos, especialmente graças ao vosso trabalho, a vocês jornalistas, que outras armas proibidas são usadas, mas, no que me diz respeito, só posso mencionar os casos em que tenho provas em bases muito concretas. Temos, por exemplo, [...] fragmentos [destes artefactos] ou uma análise do solo", prosseguiu, sem avançar com mais pormenores.
Organizações não governamentais (ONGs) como a Amnistia Internacional e a Human Rights Watch alegaram ter reunido provas da utilização de bombas cluster em áreas que abrigam civis na Ucrânia.
Essas armas podem conter várias dezenas de mini bombas que se espalham por uma área ampla, mas nem todas explodem, transformando-se em minas que, ao mais pequeno contacto, podem matar ou causar ferimentos algum tempo depois dos conflitos.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.151 civis, incluindo 103 crianças, e feriu 1.824, entre os quais 133 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 3,8 milhões de refugiados em países vizinhos e quase 6,5 milhões de deslocados internos.
A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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