Guerra foi chamada de atenção para UE e motivou medidas "supersónicas"

O chefe da diplomacia europeia considerou hoje que a guerra da Ucrânia foi uma "chamada de atenção" para a União Europeia (UE) por obrigar a tomadas de ação "supersónicas", devendo este nível de preparação ser "o normal".

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© OLIVIER MATTHYS/POOL/AFP via Getty Images

Lusa
29/03/2022 17:55 ‧ 29/03/2022 por Lusa

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Ucrânia

"Estávamos muito ocupados a preparar a transição 'verde', a preparar a revolução digital e a preparar a coesão social das nossas sociedades e a recuperação após a pandemia e, de repente, a guerra surgiu não muito longe e isto foi certamente uma chamada de atenção para os europeus", defendeu Josep Borrell.

Falando num debate sobre "o nascimento da Europa geopolítica" com a guerra da Ucrânia, promovido pelo grupo de reflexão Conselho Europeu de Relações Externas (European Council on Foreign Relations -- ECFR), em Bruxelas, o chefe da diplomacia da UE apontou que "já foi feito muito" para responder à ofensiva russa, num "ritmo que tem sido supersónico de implementação de decisões e de medidas".

Ainda assim, "certamente não é suficiente" e, por isso, esta resposta europeia "não pode só surgir após chamadas de atenção, tem de ser o normal", defendeu Josep Borrell.

Para o Alto Representante da UE para a Política Externa, o bloco comunitário "tem de ser um poder superior", em termos de infraestruturas militares, mas também de preparação para ultrapassar "questões de coerção" relacionadas com terceiros, como a Rússia, face à dependência energética.

"A tarefa mais importante é ultrapassar a nossa fraqueza de segurança, eliminar a nossa dependência energética e adaptar as nossas instituições ao necessário para sermos um verdadeiro poder e isto tem de ser o normal, não pode ser um despertar, temos de estar permanentemente neste barco", elencou Josep Borrell.

O chefe da diplomacia europeia vincou ainda que a UE tem de "estar muito consciente da sua vontade do ponto de vista da segurança e defesa e aumentar as suas capacidades de segurança e defesa, tanto ao nível dos Estados-membros, como ao nível da União Europeia e da NATO [Organização do Tratado do Atlântico Norte]".

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.179 civis, incluindo 104 crianças, e feriu 1.860, entre os quais 134 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.

A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 3,9 milhões de refugiados em países vizinhos e quase 6,5 milhões de deslocados internos.

A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Leia Também: UE e China de acordo sobre necessidade de regresso da paz à Europa

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