O Alto Comissário da Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Filippo Grandi, revelou esta quarta-feira que não consegue contactar com alguns funcionários destacados na cidade portuária de Mariupol, sitiada há várias semanas pelas tropas russas.
“Alguns [funcionários] conseguiram fugir. Alguns estão lá e não conseguimos comunicar com eles neste momento. São meus colegas”, disse à CNN International.
O responsável sublinhou a necessidade de um “compromisso firme” por parte da Rússia de que não haverá violação dos cessar-fogos durante a retirada de civis, acrescentando que os corredores humanitários são um processo “muito complexo” e “precisa” de tais “garantias”. “Caso contrário, não podemos fazê-lo”, afirmou.
A cidade de Mariupol tem sido palco dos ataques mais agressivos das tropas russas, que já levaram a cabo bombardeamentos a um hospital pediátrico e, hoje, a um edifício da Cruz Vermelha, que se encontrava devidamente assinalado. A sua conquista é apontada como um dos principais objetivos da ofensiva militar, uma vez que permite ligar as regiões separatistas do Donbass à península da Crimeia, anexada em 2014 por Moscovo. Além disso, possui o maior porto da região do Mar de Azov e importantes fábricas do setor metalúrgico.
Assinala-se esta quarta-feira o 35.º dia desde o início da invasão russa. Segundo dados confirmados pela ONU, a ofensiva militar da Rússia na Ucrânia já matou pelo menos 1.189 civis, incluindo mais de 100 crianças, e feriu 1.901, entre os quais 142 crianças.
Registam-se ainda mais de 4 milhões de refugiados em países vizinhos e quase 6,5 milhões de deslocados internos.
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