"A Comissão adotou hoje a sua proposta de recomendação do Conselho relativa à conversão das notas de hryvnia [moeda nacional da Ucrânia] na moeda dos Estados-membros de acolhimento por pessoas que fogem da guerra na Ucrânia", indica a instituição em comunicado de imprensa.
Em concreto, "a proposta hoje apresentada visa promover uma abordagem coordenada para que todos os Estados-membros ofereçam aos que fogem da Ucrânia as mesmas condições para converter as suas notas de hryvnia na moeda local, independentemente do Estado-membro que as acolhe", explica Bruxelas.
De acordo com o executivo comunitário, esta iniciativa "é necessária" porque o Banco Nacional da Ucrânia teve de suspender a troca de notas de hryvnia em moeda estrangeira, a fim de proteger as limitadas reservas de divisas da Ucrânia.
Como consequência, as instituições de crédito dos Estados-membros da UE não se mostraram dispostas a efetuar as trocas devido à convertibilidade limitada das notas de hryvnia e à exposição ao risco cambial.
Alguns Estados-membros estão, agora, a considerar a criação de regimes nacionais que apoiam a conversão de uma quantidade limitada de hryvnias por pessoa para a sua moeda local (euro ou outra), sendo que o objetivo da Comissão, com a recomendação hoje apresentada, é promover uma abordagem coordenada.
Previsto está que estes regimes tenham limites de 10.000 hryvnias (cerca de 300 euros) por pessoa, "sem encargos, à taxa de câmbio oficial, tal como publicado pelo Banco Nacional da Ucrânia", adianta a Comissão Europeia.
Estas iniciativas devem durar, no mínimo, três meses.
A proposta visa complementar a assistência humanitária prestada pela UE às pessoas que fogem da Ucrânia.
Numa altura em que mais de 4 milhões de pessoas já fugiram da guerra na Ucrânia para o espaço da UE, foram várias as ações de apoio colocadas em prática para fornecer assistência humanitária e proteção temporária, incluindo o acesso ao mercado de trabalho, habitação, assistência médica e educação para as crianças.
Ainda falta, porém, responder às necessidades imediatas dos refugiados de converter as suas notas de hryvnia na moeda do seu país de acolhimento.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.232 civis, incluindo 112 crianças, e feriu 1.935, entre os quais 149 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 4 milhões de refugiados em países vizinhos e cerca de 6,5 milhões de deslocados internos.
A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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