Milhares reclamam em Berlim reforço da ajuda militar a Kyiv

Milhares de pessoas reclamaram hoje, em Berlim, o reforço da ajuda militar da Alemanha e da Europa à Ucrânia, por ocasião de uma manifestação para assinalar o terceiro aniversário do início da agressão militar russa.

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© Sean Gallup/Getty Images

Lusa
24/02/2025 20:26 ‧ há 3 horas por Lusa

Mundo

Ucrânia

A manifestação, organizada pela Vitsche, uma associação de jovens ucranianos na Alemanha, teve lugar no dia em que se cumprem três anos sobre o início da guerra, mas também no dia seguinte a eleições legislativas na Alemanha, que ditaram a mudança no poder, face à vitória dos conservadores da CDU, de Friedrich Merz, de quem Kiev espera um maior apoio do que aquele dado pelo chanceler cessante, Olaf Scholz.

 

Após desfilarem pela avenida Unter der Linden, num cortejo iniciado na Catedral de Berlim, os manifestantes - cerca de 10 mil, segundo estimativas de um membro da organização - concentraram-se diante da emblemática Porta de Brandemburgo, iluminada com as cores da bandeira ucraniana, azul e amarelo, com a Praça 18 de março a ser pequena demais.

Entre os manifestantes, contavam-se muitos ucranianos - de acordo com dados do Ministério do Interior alemão, há atualmente quase 70 mil refugiados de guerra da Ucrânia em Berlim, mais dez por cento do que há um ano -, mas também muitos alemães se juntaram ao evento, e, em comum, todos pediam o mesmo: o reforço da ajuda militar à Ucrânia e a rejeição de um acordo de paz negociado por Rússia e Estados Unidos.

Entre os muitos cartazes empunhados pelos manifestantes, podia-se ler mensagens como "Taurus agora" ou "As crianças não podem defender-se, mas os Taurus podem protegê-las", numa referência aos mísseis de longo alcance há muito pedidos por Kiev a Berlim, que Scholz sempre se recusou a fornecer, mas que Merz, ao longo da campanha, disse estar disposto a entregar à Ucrânia.

Envolta numa bandeira da Ucrânia, Aleksandra, de 32 anos, diz à Lusa ter "esperança" de que, com Merz, a Alemanha aumente o seu apoio à Ucrânia, lamentando que tanta gente na Europa "ainda não tenha noção do que significa esta guerra e a ameaça russa".

"Sinto que as pessoas ainda não perceberam que esta não é só uma guerra nossa, é também deles. Não percebem porque, felizmente para eles, vivem uma vida boa, tal como eu vivia até há três anos", diz a jovem, natural de Kiev, reforçando que as pessoas "não percebem o nível de crueldade e de horror" infligido pela Rússia ao seu povo.

Questionada sobre as conversações para um acordo de paz iniciadas pelos Estados Unidos com a Rússia, sem a participação da Ucrânia e da Europa, Aleksandra não se manifestou particularmente preocupada, afirmando que "os ucranianos nunca concordarão" com um acordo que permita a ocupação russa. "Não é assim que somos", diz. Não longe de si, vários manifestantes ucranianos exibem uma faixa onde se lê "Não à paz sob ocupação russa".

Empunhando uma pequena bandeira ucraniana, Martin, um alemão de Berlim de 53 anos, diz à Lusa que se deslocou à Porta de Brandemburgo para mostrar a sua "solidariedade" para com a Ucrânia e também "dizer aos políticos [alemães] que têm de ajudar" Kiev, sobretudo face ao previsível fim do apoio dos Estados Unidos sob a liderança de Donald Trump, que considerou "muito preocupante".

"Espero que Merz realmente aumente o apoio, embora tenha as minhas dúvidas, até porque ele durante a campanha prometeu baixar os impostos e esse apoio custa muito dinheiro. Mas a Europa tem efetivamente de estar ao lado da Ucrânia e, mesmo no caso de os Estados Unidos deixarem de o fazer, continuar a apoiar [militarmente] o tempo que for preciso", diz.

Diante da Porta de Brandemburgo estava instalado um palco, ao qual subiram vários ativistas e responsáveis políticos para curtos discursos. O presidente da Câmara de Berlim, o conservador Kai Wegner, regozijou-se por Berlim - cidade geminada com Kiev - estar "mais uma vez a enviar hoje um sinal forte em conjunto" da solidariedade para com a Ucrânia, que garantiu que continuará.

"O nosso compromisso e solidariedade são ininterruptos. A Europa mantém-se unida. Berlim mantém-se unida", disse.

Leia Também: Estados Unidos juntam-se à Rússia e votam contra resolução da ONU

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