As teorias acerca do estado de saúde do presidente russo, Vladimir Putin, têm-se multiplicado ao longo das últimas semanas. Do inchaço à paranoia e ainda as suspeitas de uso de esteróides, muitos apontam para a possibilidade do líder russo ter sido diagnosticado com cancro.
A plataforma Proekt (ou 'Projecto'), um meio de comunicação social russo independente especializado em jornalismo de investigação, publicou um trabalho extenso acerca das preocupações de saúde do presidente russo.
Um dos pontos observados pelos jornalistas durante a investigação é de que Putin é constantemente acompanhado por uma equipa médica em todas as suas viagens e um dos especialistas mais frequente é um oncologista.
O líder russo começou por ser seguido por uma equipa do Hospital Clínico Central - conhecido por ser 'o Hospital do Kremlin -, situado em Kuntsevo, Moscovo. Ao longo do tempo, uma média de cinco médicos de várias especialidades passaram a acompanhar o presidente para onde este tivesse de se deslocar.
Um destes especialistas é conhecido por ser o "ressuscitador", segundo dá conta Proekt. Dmitry Verbovoy, "pelo menos na Internet, é mencionado como autor de um manual de ambulância para doenças agudas, ferimentos e envenenamentos", indica a plataforma.
Os restantes médicos, os mais frequentes pelo menos, são os otorrinolaringologistas Alexei Shcheglov e Igor Esakov e ainda o cirurgião Yevgeny Selivanov, este oncologista.
Selivanov é cirurgião especializado em oncologia e defendeu a sua dissertação sobre o tema “Peculiaridades do diagnóstico e tratamento cirúrgico de pacientes idosos e senis com cancro da tiroide”.
Nos últimos quatro anos, Selivanov foi dos mais presentes, tendo acompanhado Putin a Sochi 59 vezes e estado com ele durante 282 dias. Este médico conta com vários trabalhos focados no cancro da tiroide, um fator que, associado ao facto de Putin ter demonstrado publicamente interesse na doença, leva às teorias de que o russo possa ser doente oncológico.
Refere Proekt que, "em julho de 2020, ele [Putin] encontrou-se com o chefe do Centro Nacional de Pesquisa Médica de Endocrinologia, Ivan Dedov, chefe da filha mais velha de Putin, Maria Vorontsova [que é endocrinologista pediátrica]".
"Dedov falou ao presidente sobre a alta prevalência do cancro da tireoide e abordou um novo medicamento hormonal "Tyrogin", que combate as metástases após a cirurgia. 'Recuperação de 95-98%?' Putin perguntou e ouviu uma resposta afirmativa", escreve Proekt.
Dentro dos círculos médicos, reporta o meio de comunicação russo citando "fonte próxima da gestão de um dos principais hospitais", fala-se sobre os alegados problemas de saúde do presidente, especialmente tendo em conta o isolamento total em que se colocou durante a pandemia.
Todos estes sinais, como denota a Proekt, apontam para a saúde do líder enquanto "prioridade número um".
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