Ucrânia: França "condena fortemente" atos cometidos em Busha

O ministro dos Negócios Estrangeiros francês, Jean-Yves Le Drian, condenou "fortemente" hoje os atos cometidos pelo Exército russo contra civis em várias cidades ucranianas, particularmente em Busha, e pediu que "os responsáveis sejam julgados e condenados".

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Lusa
03/04/2022 15:01 ‧ 03/04/2022 por Lusa

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Ucrânia

"Tomei conhecimento de relatos de abusos massivos cometidos por forças russas em cidades ucranianas que ocuparam nas últimas semanas, em particular na localidade de Busha. Condeno fortemente esses atos que constituem, se confirmados, crimes de guerra", declarou Jean-Yves Le Drian num comunicado enviado à agência de notícias France-Presse (AFP).

"Trabalharemos, em conjunto com os nossos parceiros, as autoridades ucranianas e os tribunais internacionais competentes, em particular o Tribunal Penal Internacional (TPI), para garantir que estes atos não fiquem impunes e que os responsáveis sejam julgados e condenados", acrescentou Le Drian.

A Ucrânia acusou hoje o exército russo de realizar um "massacre deliberado" em Busha, uma cidade a noroeste de Kiev, bem como outros "horrores" nas regiões agora "libertadas do invasor", provocando indignação na Europa e ainda apelos por sanções adicionais contra Moscovo.

Busha e a cidade vizinha de Irpin, irreconhecível pelos bombardeamentos, foram palco de alguns dos combates mais ferozes desde que a Rússia atacou a Ucrânia em 24 de fevereiro, quando soldados russos tentavam cercar Kiev.

Segundo Le Drian, "deve-se manter e reforçar a pressão económica e internacional mais forte possível sobre a Rússia para obrigar as autoridades russas a por fim à guerra de agressão", pois o "custo humano e o impacto humanitário são cada dia mais graves".

"A França continua totalmente empenhada em contribuir para isso, em particular com seus parceiros europeus no âmbito da presidência francesa do Conselho da União Europeia (UE), bem como no G7, e continuará o seu apoio determinado às autoridades ucranianas, em todas as suas formas", acrescentou o ministro francês.

A ministra dos Negócios Estrangeiros britânica, Liz Truss, denunciou hoje os "atos revoltantes" cometidos pelo Exército russo contra civis na Ucrânia, particularmente em Busha, pedindo uma "investigação de crimes de guerra".

O vice-chanceler e ministro da Economia da Alemanha, Robert Habeck, denunciou hoje um "terrível crime de guerra" perpetrado em Busha e pediu que novas sanções económicas sejam adotadas pelos países da UE contra a Rússia.

O Presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, acusou hoje o exército russo de cometer "atrocidades" na região de Kiev e pediu mais sanções contra Moscovo.

As forças ucranianas só conseguiram entrar completamente há alguns dias em Busha, após ser ocupada pelos russos e permanecer inacessível por quase um mês.

A AFP viu no sábado os corpos sem vida de pelo menos vinte homens com roupas civis numa rua de Busha. Um dos homens tinha as mãos amarradas e os corpos estavam espalhados por várias centenas de metros.

"Todas essas pessoas foram baleadas", "eles [os russos] mataram com uma bala na nuca", assegurou à AFP o autarca de Busha, Anatoly Fedorouk.

"Em Busha, já enterramos 280 pessoas em valas comuns" porque era impossível fazê-lo nos três cemitérios do município, todos ao alcance dos soldados russos, acrescentou Fedorouk.

Leia Também: NATO denuncia atos "absolutamente inaceitáveis" contra civis em Busha

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