O corredor de Mariupol, onde estão mais de 100.000 pessoas praticamente sem alimentos, água ou outros bens essenciais, foi restabelecido hoje e visa levar os cidadãos para a cidade de Zaporizhia, afirmou hoje a vice-primeira-ministra da Ucrânia, Iryna Vereshchuk, na rede de mensagens Telegram.
A transferência dos ucranianos deverá ser feita também em viaturas particulares, explicou a responsável, adiantando que, no domingo, já conseguiram retirar 469 habitantes da cidade através deste corredor.
Durante a manhã desta segunda-feira, 15 autocarros já conseguiram partir de Mariupol para Zaporizhia e a delegação do Comité Internacional da Cruz Vermelha prevê avançar ainda esta manhã com mais sete autocarros para transferir os cidadãos para a cidade de Mangush.
Em paralelo, o Governo ucraniano vai tentar retirar outros habitantes das cidades de Severodonetsk, Popasna, Lysychansk e Rubizhne, todas na região de Lugansk, no leste do país, onde a ofensiva russa se tem concentrado nos últimos dias.
Segundo Vereschuk, as tropas russas, que invadiram a Ucrânia na madrugada de 24 de fevereiro, "violam constantemente" os acordos de cessar-fogo que pretendem permitir o funcionamento destes corredores e "bombardeiam colunas humanitárias na região de Lugansk".
No domingo à noite, também foram realizados ataques russos nas cidades de Novovorontsovka e Marianske, no sul do país, informou a agência de notícias local Ukrinform.
"Ontem [no domingo] à noite, Novovorontsovka e Marianske foram fortemente bombardeadas com vários sistemas de lançamento de foguetes", referiu a agência, adiantando não terem sido registadas vítimas.
Esta manhã, a situação na região está a ser controlada pelas Forças Armadas da Ucrânia e pela administração militar.
Um pouco mais a leste, vários mísseis atingiram Mykolaiv, segundo o presidente do município, Oleksandr Senkevych, numa mensagem divulgada na rede social Facebook, adiantando que estão a ser recolhidas informações.
Também em Odessa foi registado um novo ataque com mísseis, o segundo em dois dias desde o início da invasão russa, sendo que as consequências ainda estão também a ser avaliadas, anunciou Serhiy Bratchuk, porta-voz da administração militar regional da região.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.276 civis, incluindo 115 crianças, e feriu 1.981, entre os quais 160 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra provocou a fuga de mais de 10 milhões de pessoas, incluindo mais de 4,1 milhões de refugiados em países vizinhos e cerca de 6,5 milhões de deslocados internos.
A ONU estima que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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