"No terceiro ano do início da invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia, o Conselho adotou hoje um vasto 16.º pacote de medidas restritivas económicas e individuais. O pacote afeta setores vitais da economia russa, enfraquecendo ainda mais a capacidade do regime para travar a sua guerra de agressão ilegal, não provocada e injustificada contra a Ucrânia", anunciou em comunicado a instituição comunitária que junta os Estados-membros europeus.
A 'luz verde' aconteceu na reunião desta manhã dos ministros europeus dos Negócios Estrangeiros da UE, na sua reunião em Bruxelas, na qual participa o chefe da diplomacia portuguesa, Paulo Rangel, após um primeiro aval político na semana passada.
"Há três anos que a Rússia bombardeia implacavelmente a Ucrânia, tentando roubar-lhe terras que não lhe pertencem. Esta nova ronda de sanções não visa apenas a frota sombra russa, mas também aqueles que apoiam a operação de petroleiros inseguros, os controladores de videojogos utilizados para pilotar 'drones', os bancos utilizados para contornar as nossas sanções e os meios de propaganda utilizados para espalhar mentiras", afirma a chefe da diplomacia da UE, Kaja Kallas, citada pela nota.
"Não há dúvidas sobre quem é o agressor, quem deve pagar e ser responsabilizado por esta guerra e cada pacote de sanções priva o Kremlin [regime russo] de fundos para fazer a guerra. Com as conversações em curso para pôr termo à agressão da Rússia, temos de colocar a Ucrânia na posição mais forte possível, [pelo que] as sanções proporcionam uma vantagem", adianta a responsável.
Em concreto, a UE passou a incluir nas suas sanções mais 48 pessoas e 35 entidades.
Além disso, depois de o último pacote de sanções (o 15.º) ter passado a incluir navios da frota fantasma, com os quais o regime russo tentava contornar as restrições ocidentais ao comércio de petróleo, este novo pacote reforça o combate à evasão ao embargo aplicado à Rússia, atingindo 74 novas embarcações, num total agora de 153.
Surgem ainda novas restrições noutros setores, como comerciais e financeiras.
Desde o início da invasão russa da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, a UE tem avançado com pesadas sanções contra a Rússia, nomeadamente económicas ou diplomáticas, visando 2.400 pessoas e entidades, entre os quais o Presidente russo, Vladimir Putin e o ministro dos Negócios Estrangeiros do país, Sergey Lavrov.
Avançou-se também para o congelamento de bens, num total de 24,9 mil milhões de euros de bens privados congelados no espaço comunitário e de 210 mil milhões de euros de bens do Banco Central da Rússia bloqueados.
Ao nível comercial, as medidas restritivas europeias visam 48 mil milhões de euros em exportações proibidas para a Rússia e 91,2 mil milhões de euros em importações proibidas provenientes da Rússia.
A Ucrânia tem também contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais.
Os aliados de Kyiv também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra na Ucrânia.
O conflito de três anos provocou a destruição de importantes infraestruturas em várias áreas na Ucrânia, bem como um número por determinar de vítimas civis e militares.
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