Merkel responde a Zelensky e diz que voltaria a bloquear Ucrânia na NATO
Merkel defende decisão de 2008 de bloquear entrada da Ucrânia na NATO após críticas do presidente ucraniano.
© Reuters
Mundo Ucrânia/Rússia
A ex-chanceler alemã Angela Merkel defendeu, esta segunda-feira, a sua decisão de 2008 de bloquear a entrada imediata da Ucrânia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) e rejeitou as críticas dirigidas pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Na noite deste domingo, Zelensky criticou o "erro de cálculo" franco-alemão que levou, durante a cúpula da NATO em Bucareste, em 2008, a não admitir o seu país na Aliança, apesar da posição favorável dos Estados Unidos.
Frisou a "recusa oculta" em aceitar a Ucrânia por causa do "medo absurdo de certos líderes políticos em relação" a Moscovo, que "achavam que rejeitando a Ucrânia poderiam apaziguar a Rússia".
"Convido a sra. Merkel [ex-chanceler alemã] e o sr. Sarkozy [ex-Presidente francês] para visitar Bucha e ver o que a política de concessões em relação à Rússia alcançou", afirmou Zelensky. "Não culpamos o Ocidente. Não culpamos ninguém além dos militares russos (...) e aqueles que lhes deram ordens", acrescentou.
Merkel pronunciou-se hoje através de um comunicado emitido por uma porta-voz, em que se lê que esta “mantém as suas decisões em relação à cimeira da NATO de 2008 em Bucareste“.
"Em relação às atrocidades descobertas em Bucha e em outros lugares da Ucrânia, a ex-chanceler apoia totalmente todos os esforços do governo e da comunidade internacional para apoiar a Ucrânia e acabar com a barbárie russa e a guerra contra a Ucrânia", disse a porta-voz.
Alemanha e França consideraram que era muito cedo, em 2008, para a adesão da Ucrânia - uma ex-república soviética, vizinha da Rússia - à NATO e que não havia condições políticas para isso.
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