"A nossa mensagem é clara: a Moldova não está sozinha", disse a ministra dos Negócios Estrangeiros alemã, Annalena Baerbock, ao apresentar os resultados da conferência juntamente com o seu homólogo francês, Jean-Yves Le Drian, o ministro dos Negócios Estrangeiros romeno, Bogdan Aurescu, e a primeira-ministra moldava, Natalia Gavrilita.
Baerbock expressou a Gavrilita o "reconhecimento" dos esforços da Moldova, o mais pequeno e mais pobre país europeu, para acolher parte dos refugiados que deixaram a Ucrânia desde o início da invasão russa.
Destacou a "generosidade" demonstrada por aquele país, com apenas 2,6 milhões de habitantes, onde chegaram 100 mil pessoas em fuga da Ucrânia, bem como a vontade da Alemanha de organizar uma ponte aérea para acolher cerca de 12.000 destes refugiados no seu território.
A primeira-ministra da Moldova, por seu lado, recordou a "aspiração" do seu país a ter uma perspetiva de adesão à União Europeia (UE) e aludiu à atual vulnerabilidade em relação à Rússia, enquanto país que faz fronteira com a Ucrânia e fora do bloco comunitário e da NATO.
A conferência de doadores iniciou-se com o anúncio, pela Alemanha, da concessão à Moldova de um empréstimo incondicional no valor de 50 milhões de euros para apoiar aquele país nos seus desafios políticos e económicos.
O Governo alemão referiu que a conferência visa, além da ajuda imediata, lançar uma plataforma de apoio "sustentável" à Moldova promovida pela Alemanha, França e Roménia.
Berlim, Paris e Bucareste comprometeram-se a criar uma "plataforma de ajuda" que seja "flexível e internacional" para reforçar a estabilidade do país a curto e médio prazo, mas sem detalhar o seu âmbito de atuação ou prazos.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.480 civis, incluindo 165 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,2 milhões para os países vizinhos, a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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