O Governo norueguês anunciou a expulsão do país de três diplomatas russos por atividades "não compatíveis com o seu estatuto" e sublinhou que a Noruega e os seus aliados permanecerão unidos "contra a agressão da Rússia e no apoio à Ucrânia".
"Esta é uma consequência das chocantes revelações de ataques das forças russas contra civis, especialmente na cidade de Bucha, nos arredores de Kiev", disse a ministra dos Negócios Estrangeiros norueguês, Anniken Huitfeldt, em comunicado.
O Luxemburgo anunciou também hoje que declarou um diplomata da embaixada da Rússia 'persona non grata', explicando, em comunicado, que "esta pessoa terá de deixar o Luxemburgo dentro de 15 dias".
A decisão, sublinha o Ministério dos Negócios Estrangeiros na mesma nota informativa, foi tomada porque as atividades do diplomata são "contrárias aos interesses de segurança" do Luxemburgo.
Vários Estados europeus têm expulsado pessoal diplomático russo, numa nova vaga de sanções depois de a Federação Russa ter sido acusada de crimes de guerra na localidade de Bucha, nos arredores de Kiev.
O chefe da diplomacia do bloco europeu, Josep Borrell, anunciou na terça-feira a decisão de "designar 'persona non grata' vários membros da Missão Permanente da Federação Russa junto da União Europeia (UE), por se envolverem em atividades contrárias ao seu estatuto diplomático".
O total de diplomatas russos envolvidos por esta decisão de Borrell ascende a 19.
Portugal declarou no mesmo dia como 'persona non grata' 10 funcionários da missão diplomática da embaixada russa em Lisboa, dando-lhes duas semanas para abandonar o país.
Num comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros, tutelado por João Gomes Cravinho, explicou que as "atividades" daqueles funcionários são "contrárias à segurança nacional".
Estónia, Letónia, Suécia e Eslovénia expulsaram também na terça-feira um total de 63 diplomatas russos, sob justificações que incluíram atividades de espionagem, e a Roménia expulsou 10 representantes pelo seu envolvimento em "atividades e ações que desrespeitam o estipulado na Convenção de Viena sobre as relações diplomáticas".
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.480 civis, incluindo 165 crianças, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,2 milhões para os países vizinhos, causando a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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