O alto responsável do Departamento de Estado norte-americano encarregado da Coreia do Norte, o enviado Sung Kim, explicou que Washington pensa que Pyongyang está a planear uma grande demonstração do seu crescente poder nuclear para as celebrações, a 15 de abril, do 110.º aniversário do nascimento de Kim Il Sung, fundador da dinastia no poder na Coreia do Norte.
"Tememos que, a propósito do aniversário do próximo 15 de abril, a Coreia do Norte caia na tentação de cometer uma nova ação provocatória", afirmou Sung Kim à imprensa, recordando os últimos testes de lançamento de mísseis balísticos realizados por Pyongyang.
A Coreia do Norte procedeu a vários ensaios de armas nucleares a partir de 2006, remontando o último a 2017.
E, segundo enviado norte-americano, Pyongyang continua a ignorar as tentativas de Washington para retomar um diálogo sobre a desnuclearização da península coreana.
"Não recebemos qualquer resposta de Pyongyang, o que é muito dececionante, porque enviámos várias mensagens, tanto em público como em privado, convidando-os para um diálogo sem condições prévias", precisou, indicando que os últimos testes de mísseis balísticos representaram "uma grave ameaça à estabilidade regional".
Sung Kim sublinhou ainda que nem a China nem a Rússia estão a ajudar o presidente norte-americano, Joe Biden, nas suas tentativas de retomar as negociações com o dirigente norte-coreano, Kim Jong-un.
As conversações sobre a redução da ameaça nuclear de Pyongyang pareciam estar a avançar durante a presidência de Donald Trump, mas depois estagnaram.
Após a chegada de Joe Biden à Casa Branca, a Coreia do Norte iniciou uma série de 13 testes de mísseis que culminaram em março deste ano com o lançamento de um míssil balístico intercontinental potencialmente com capacidade para atingir a costa leste dos Estados Unidos transportando uma ogiva nuclear.
Kim Yo Jong, a influente irmã de Kim Jong-un, declarou na terça-feira que a Coreia do Norte fará uso de armas nucleares para "eliminar" o exército sul-coreano se este lançar um ataque preventivo.
Segundo Sung Kim, Washington está a tentar que seja aprovada uma nova resolução do Conselho de Segurança da ONU condenando as ações de Pyongyang, mas Moscovo e Pequim já se lhe opuseram seis vezes este ano.
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