"Um pequeno grupo de ucranianos já estava aqui nos Estados Unidos (...) e aproveitamos para treiná-los por alguns dias, especialmente em 'drones' Switchblade, que o Exército ucraniano não conhece", revelou fonte do Departamento de Defesa (Pentágono) dos Estados Unidos, que falou à agência France-Presse (AFP) sob a condição de anonimato.
A mesma fonte explicou que o grupo é inferior a 12 militares e que estes irão regressar à Ucrânia brevemente.
Este alto funcionário do Pentágono foi questionado sobre as declarações feitas no dia anterior pelo secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin, durante uma audiência no Congresso, onde indicou que os Estados Unidos estavam a treinar militares ucranianos fora da Ucrânia sobre o uso de armas fornecidas por Washington.
O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas dos EUA, o general Mark Milley, acrescentou que "alguns são treinados" em solo norte-americano, embora sem fornecer mais detalhes.
O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, tinha anunciado há duas semanas os norte-americanos iam enviar para a Ucrânia cem 'drones', material que já foi entregue, segundo revelou hoje o porta-voz do Pentágono.
Sobre o conflito na Ucrânia, a fonte do Pentágono referiu que todas as forças russas que estavam destacadas na região de Kiev deixaram a Ucrânia.
"Estimamos que eles se retiraram completamente de Kiev e Chernihiv", sublinhou.
Os bombardeamentos russos intensificaram-se no sul e leste da Ucrânia, onde Moscovo anunciou que pretendia concentrar os seus esforços, adiantou ainda.
No entanto, o funcionário do Pentágono assegurou que ainda não é percetível um movimento de forças ou recursos por parte da Rússia no Donbass.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.563 civis, incluindo 130 crianças, e feriu 2.213, entre os quais 188 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,2 milhões para os países vizinhos.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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