O Serviço de Espionagem Federal da Alemanha (BND, na sigla original) afirmou ter gravado conversações entre soldados russos que, alegadamente, provam que estes dispararam contra civis durante a incursão na Ucrânia. As informações foram reveladas esta quinta-feira pela Der Spiegel.
Nas comunicações captadas, os alemães revelam que os militares ao serviço de Putin mencionaram entre si a morte de civis, com a revista a assegurar que algumas delas estão relacionadas com o que aconteceu em Bucha, perto da capital Kyiv.
A agência EFE cita que, nas escutas, um soldado explica ao outro como ele e um terceiro militar dispararam sobre uma pessoa que seguia numa bicicleta. Noutra, será possível ouvir um homem a dizer: "Primeiro interrogamos os civis, depois fuzilamo-los". Suspeita-se que os membros do Grupo Wagner estejam também envolvidos nestas ações.
A Der Spiegel escreve ainda que estas evidências "apontam que os assassinatos de civis fizeram parte da ação dos militares russos". "Trata-se de espalhar o medo e o terror entre a população civil para eliminar a sua resistência", conclui.
Recorde-se que as autoridades ucranianas dizem ter encontrado em Bucha, a noroeste de Kyiv, mais de 400 corpos de civis mortos nas ruas e em valas comuns, depois da retirada dos militares russos, que ocuparam a cidade durante várias semanas.
A conselheira especial da ONU para a Prevenção do Genocídio, Alice Wairimu Nderitu, disse na quarta-feira haver "sinais muito graves de uma possível ocorrência de crimes de guerra" cometidos por tropas russas contra civis naquela cidade.
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