Nas listas eleitorais estão inscritas 48,7 milhões de pessoas e Macron é o claro favorito, embora a diferença em relação à candidata da extrema-direita Marine Le Pen tenha vindo a diminuir nas últimas semanas.
As sondagens indicam também que uma proporção sem precedentes de franceses não tem a certeza em quem votar ou não pretende votar.
Segue-se uma breve apresentação dos 12 candidatos, de diferentes quadrantes políticos.
- Emmanuel Macron
O Presidente da República anunciou tardiamente a sua recandidatura ao Eliseu devido ao conflito na Ucrânia. Tem dividido o seu tempo entre a resolução deste conflito, desempenhando um papel de mediador em relação ao Presidente russo, Vladimir Putin, e a campanha, na qual a participação de Macron foi curta. O candidato nem sequer participou nos debates com os seus adversários.
Mesmo pouco presente, Emmanuel Macron é o candidato favorito dos franceses nesta eleição, tendo reforçado a sua popularidade após o início do conflito com a Ucrânia. Entre as principais medidas do seu programa está a reforma do sistema de pensões em França - que não conseguiu concluir no primeiro mandato -, a subida da idade de reforma para 65 anos e condições mais restritas para a atribuição de ajudas sociais.
- Marine Le Pen
A candidata do partido União Nacional recolhe a preferência de mais de 20% dos franceses, segundo as sondagens, podendo assim aceder à segunda volta das eleições presidenciais. Esta seria uma reedição do embate de 2017, que Marine Le Pen acabou por perder.
Menos radical que nas últimas eleições, a filha de Jean-Marie Le Pen deixou cair alguns temas aa campanha de 2017 como a saída do euro ou da União Europeia e insiste agora na diminuição dos impostos, aumento dos salários e acesso prioritário às ajudas do Estados aos cidadãos de nacionalidade francesa, prevendo a expulsão do território para todos os estrangeiros que não tenham trabalhado nos últimos 12 meses ou estrangeiros que cometam crimes em França.
- Jean-Luc Mélenchon
O líder da extrema-esquerda em França posiciona-se em terceiro lugar nas preferências dos franceses. Esta é a terceira candidatura consecutiva às presidenciais de Jean-Luc Mélenchon que em 2017 ficou em quarto lugar.
O candidato quer refundar a República, propondo uma VI República, com maior recurso aos referendos e instituindo o voto obrigatório a partir dos 16 anos. Mélenchon quer ainda acabar com a atual divisão da França em regiões, instaurar mais uma semana de férias para todos os franceses e baixar a idade da reforma para os 60 anos.
- Valérie Pécresse
A candidata escolhida através de uma eleição primária no maior partido de direita francês, Os Republicanos, é agora a quarta colocada na preferência dos franceses, tendo mostrado alguma dificuldade em subir nas sondagens, apesar de, no final de 2001, ter sido apontada como uma potencial concorrente contra Emmanuel Macron na segunda volta.
Entre as principais propostas desta antiga ministra de Nicolas Sarkozy e atual presidente da região parisiense está o aumento de 10% dos salários, dar mais poder aos territórios e acabar com os 'guetos' urbanos existentes nos arredores das grandes cidades.
- Eric Zémmour
O ex-jornalista e comentador político sofreu uma forte queda nas sondagens desde que a campanha eleitoral se intensificou, lutando agora para conseguir 10% dos votos dos franceses. Apesar de ter partido em vantagem face a Marine Le Pen, escândalos sexuais, condenações por racismo e proximidade com as ideias do Presidente russo, Vladimir Putin, retiraram ímpeto à sua candidatura.
Como propostas, Eric Zémmour defende a imigração zero para travar a entrada de novos imigrantes em França, as prestações sociais só para os franceses e quer impedir o uso do véu islâmico e do quipá judaico no espaço público.
- Yannick Jadot
O líder dos ecologistas, que também ganhou o seu lugar de candidato numa primária renhida entre Os Verdes, detém cerca de 6% das intenções de voto, apesar de as alterações climáticas serem um dos temas desta campanha eleitoral.
Yannick Jadot quer o fim da energia nuclear até 2035, inscrever na Constituição a garantia da preservação do ambiente, voltar a um mandato presidencial de sete anos, criar a figura do crime ambiental e a construção de 700.000 alojamentos sociais até 2027.
- Fabien Roussel
Com cerca de 4% das intenções de voto, Fabien Roussel, candidato do Partido comunista francês é a surpresa desta eleição presidencial, propondo um programa que quer trazer de novo aos franceses "os dias felizes". Há 10 anos que os comunistas não tinham um candidato, tendo apoiado Jean-Luc Mélenchon em 2012 e 2017.
Como medidas, o comunista propõe um salário mínimo de 1.500 euros brutos, aumentar o orçamento da educação nacional em 45% e estabelecer a semana de trabalho de 32 horas por semana.
- Nicolas Dupont-Aignan
Com 4,7% dos votos em 2017, Nicolas Dupont-Aignan não ultrapassa desta vez os 1,5% nas sondagens para as eleições de 10 de abril. Define-se como o herdeiro do General De Gaulle e mantém uma linha eurocética com o seu movimento "República de pé".
No programa, o candidato diz querer substituir a União Europeia por uma comunidade de nações livres, abandonar o Banco Central Europeu e ainda acabar com as sanções contra a Rússia.
- Anne Hidalgo
A candidata do Partido Socialista, Anne Hidalgo, também se fica por 1,5% das intenções de voto, apesar de ser uma figura conhecida na política francesa, já que é a presidente da Câmara Municipal de Paris desde 2014, tendo reconquistado este lugar em 2020.
Anne Hidalgo defende a criação de uma prestação social mínima para jovens e para idosos de 1.000 euros, de um cheque alimentar sustentável para que as famílias comprem produtos locais e biológicos e a luta contra a especulação imobiliária, através do financiamento de empréstimos para a compra de propriedade e do controlo das rendas nas grandes cidades francesas.
- Jean Lassalle
Eleito deputado em 2002, Jean Lassalle encarna o candidato dos franceses que vivem fora das grandes cidades, dos agricultores e do interior. Tem caracterizado a sua ação política por atos extremos, como uma greve de fome pela deslocalização de uma empresa em 2006 ou um percurso de 6.000 quilómetros pela França a pé para encontrar os seus eleitores em 2013.
É a segunda eleição presidencial de Lassalle, que em 2016 fundou o partido Resistamos. Entre as suas principais medidas estão a nacionalização de empresas em setores estratégicos do Estado, o restabelecimento do serviço militar ou civil obrigatório e a revisão da redistribuição dos fundos da Política Agrícola Comum em França.
- Philippe Poutou
Operário e sindicalista, este 'trotskista' apresenta-se pela terceira vez às eleições presidenciais com a formação Novo Partido Anticapitalista. Philippe Poutou é conselheiro municipal em Bordéus.
O candidato quer abrir a possibilidade de voto a todos os estrangeiros que vivem em França, instaurar uma semana de trabalho de quatro dias e 32 horas e tornar os despedimentos impossíveis.
- Nathalie Arthaud
Desde os 18 anos que Nathalie Arthaud pertence ao partido Luta Operária, sendo também esta a sua terceira eleição presidencial. Até agora, o melhor resultado desta candidata foi de 0,64% dos votos em 2017.
Propõe, entre outras medidas, o aumento da reforma mínima para 2.000 euros líquidos - tal como o salário mínimo -, a expropriação das grandes fortunas e o fim do Imposto sobre Valor Acrescentado (IVA) para todos os produtos, exceto os de luxo.
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