Segundo fontes oficiais russas, as etapas para a atribuição da cidadania russa foram agilizadas e os processos decorreram de forma mais rápida.
Um porta-voz do Ministério do Interior russo afirmou hoje que, desde o final de fevereiro, cerca de 500 mil cidadãos da Ucrânia e das repúblicas separatistas do leste do país entraram na Rússia.
"Mais de 18.000 pessoas receberam a cidadania e já foram emitidos cerca de 12.000 passaportes", disse o mesmo porta-voz, citado pela agência russa de notícias TASS.
O Ministério do Interior russo adiantou ainda que cerca de 25.000 refugiados, incluindo mais de 10.000 crianças, estão em 800 abrigos temporários instalados na Rússia.
Em 18 de fevereiro, os líderes de Donetsk e Lugansk, controlados pelos separatistas pró-russos, Leonid Pasechnik e Denis Pushilin, respetivamente, anunciaram a retirada dos habitantes destas repúblicas para a Rússia, numa altura em que as tensões estavam a crescer na zona, mas ainda não tinha começado o conflito militar.
Três dias depois, a 21 de fevereiro, a Rússia reconheceu a independência das autoproclamadas repúblicas separatistas e, no dia 24, lançou uma "operação militar especial" na Ucrânia, que fez com que mais de 4,3 milhões de pessoas procurassem refúgio fora do território ucraniano.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A ofensiva militar russa na Ucrânia já matou pelo menos 1.626 civis, incluindo 132 crianças, e feriu 2.267, entre os quais 197 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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