"Estamos prontos para lutar e, ao mesmo tempo, para procurar meios diplomáticos para parar esta guerra. Neste momento, estamos a considerar um diálogo paralelo", assegurou o Presidente ucraniano, numa conferência de imprensa conjunta com o chefe da diplomacia austríaca, Karl Nehammer, de visita a Kiev e a Bucha, que se tornou um símbolo das atrocidades da invasão russa.
A última ronda de conversações diretas russo-ucranianas realizou-se em 29 de março, em Istambul, quando a Ucrânia apresentou as suas principais propostas para um acordo com Moscovo, incluindo a "neutralidade" do país em troca de um acordo internacional para garantir a sua segurança.
"No leste e no sul, observámos uma concentração de armas, equipamentos e tropas que se preparam para ocupar outras partes do nosso território", salientou Zelensky.
Questionado sobre os cenários para essa ofensiva, o Presidente explicou que vai depender de "vários fatores", incluindo a "força das forças ucranianas, a rapidez dos nossos aliados para nos fornecer armas e a vontade do líder russo [Vladimir Putin] de ir mais longe".
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que matou pelo menos 1.626 civis, incluindo 132 crianças, e feriu 2.267, entre os quais 197 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
A guerra já causou um número indeterminado de baixas militares e a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, das quais 4,3 milhões para os países vizinhos.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945), e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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