Uma mulher ucraniana reconheceu o corpo do filho, encontrado numa vala na cidade de Buzova, nos arredores de Kyiv, graças aos sapatos.
"Deixe-me apenas vê-lo por um momento", pediu aos polícias que a seguravam. "Meu menino."
O jovem, de 23 anos, identificado como Evgueni, foi morto e atirado para um poço, perto de um posto de gasolina destruído por um bombardeamento. O seu corpo estava junto ao de um outro homem, deformado pela água, coberto de lama e escondido por um colchão do exército.
A descoberta foi feita depois de as tropas russas terem deixado a região.
"O meu coração está tão pesado. Que horrível! Como é possível fazer isso?", questionou a mãe, Liudmila Zakabluk.
A mulher, funcionária da câmara municipal, explicou que o filho fazia parte das Forças de Segurança Territoriais, uma unidade de reserva do exército ucraniano, e que estava desaparecido desde 16 de março, quando as tropas russas assumiram o domínio daquela região.
Evgueni é mais um dos 1.200 corpos descobertos até agora na região de Kyiv, parcialmente ocupada há várias semanas por forças russas. O número foi adiantado ontem pela procuradora-geral da Ucrânia, Iryna Venediktova, que também relatou 5.600 investigações abertas por alegados crimes de guerra desde o início da invasão russa em 24 de fevereiro.
A guerra na Ucrânia, que entrou hoje no 47.º dia de combates, provocou milhares de mortos civis e militares, bem como a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, incluindo 4,5 milhões para países vizinhos.
A comunidade internacional reagiu à invasão da Ucrânia pela Rússia com sanções económicas e políticas contra Moscovo, além do fornecimento de armas a Kiev.
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