Um relatório divulgado em conferência de imprensa pelo GAM indica que, em janeiro, foram assassinadas 59 mulheres e, em fevereiro, 67, mas em março o número ascendeu a 135.
"Este aumento reflete a falta de atenção por parte do Estado em relação a outros fenómenos criminosos que cresceram severamente nos últimos anos, tais como a violência intrafamiliar e contra a mulher. A Guatemala, este mês, reportou o número mais elevado de feminicídios nos últimos 11 anos", sublinha o documento elaborado pela organização não-governamental (ONG) de defesa dos direitos humanos.
O GAM alertou que a subida no número de mortes de mulheres "deve constituir um apelo às autoridades, porque demonstra a importância de promover políticas destinadas a garantir os direitos e a vida da mulher".
De acordo com a mesma fonte, na última década foram assassinadas no país 7.746 mulheres, o que dá uma média de mais de 700 feminicídios anuais.
Durante 2021, as mortes violentas de mulheres aumentaram 28% em comparação com 2020, segundo dados oficiais, ao passarem de 507 nos 12 meses desse ano para 652 feminicídios no ano passado.
Quanto ao primeiro trimestre de 2022, o total de assassínios no país aumentou 17,3% em relação ao mesmo período do ano anterior, indicou na conferência de imprensa Karla Campos, uma das dirigentes da ONG.
O relatório refere que em janeiro, fevereiro e março, a violência custou a vida a 1.110 pessoas, entre as quais 261 mulheres.
Segundo o GAM, na Guatemala, a taxa de homicídios alcançou as 30 vítimas por cada 100.000 habitantes.
A organização humanitária revelou também que, de acordo com dados do ministério público, foram reportados no primeiro trimestre deste ano 25.057 crimes cometidos contra crianças e mulheres.
A Guatemala é um dos 20 países mais violentos do mundo, segundo organismos internacionais, e, durante 2021, contabilizou um total de 4.078 assassínios, mais 16,5% que os 3.500 reportados em 2020.
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