O presidente russo, Vladimir Putin, ordenou o envio de quase 100 mil refugiados ucranianos para zonas remotas da Rússia como a Sibéria ou o Círculo Polar Ártico.
Os refugiados de guerra ficam assim a milhares de quilómetros das suas casas, de acordo com os documentos do Kremlin a que o jornal The Independent teve acesso.
Em causa está uma ordem de urgência dada por Putin, em março, que tinha como objetivo "mover pessoas da Federação Russa, Ucrânia, Donetsk e Lugansk" para "longe das zonas de guerra" considerando "a atual situação".
O decreto "aprovava a distribuição" de cidadãos para "entidades constituintes da Federação Russa", solicitando às autoridades locais que "assegurem a receção de 95.739 pessoas". Mais de 11 mil pessoas serão enviadas para a Sibéria, 7.218 para o Extremo Oriente Russo e 7.023 para o Norte do Cáucaso, bem como para áreas outras áreas como a República russa da Chechénia, e a Ingushetia e o Daguestão, perto da Geórgia. Estas são áreas altamente militarizadas.
Em finais de março, as autoridades ucranianas denunciaram que centenas de milhares de civis ucranianos estão a ser levados à força para a Rússia e alguns poderão estar a ser usados "como reféns para exercer mais pressão" sobre Kyiv.
A provedora de Justiça da Ucrânia, Lyudmyla Denisova, disse que 402 mil pessoas, incluindo 84 mil crianças, foram levadas. Além de lhes ser retirado o passaporte, os deslocados estão a ser transportadas para "campos de triagem" no leste ucraniano, antes de serem enviados para áreas distantes e economicamente deprimidas na Rússia, acusaram as autoridades ucranianas, citadas pela AP.
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