"Estamos sob grande pressão, nas piores condições [financeiras]" e "agora trata-se da sobrevivência do nosso país", disse o ministro das Finanças da Ucrânia, Sergi Marchenko, numa entrevista ao FT hoje publicada.
"Queres que continuemos a travar esta guerra, que ganhemos esta guerra?...então ajuda-nos", acrescentou.
O ministro pintou um quadro sombrio para a economia da Ucrânia, estimando os danos nas infraestruturas civis e militares em 270.000 milhões de dólares (248.400 milhões de euros), enquanto quase 7.000 edifícios residenciais foram danificados.
Embora a Ucrânia tenha recebido ajuda militar para fazer face à sua defesa, o Governo quer que os seus parceiros ocidentais forneçam assistência financeira e aprovem empréstimos de emergência do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial.
Cerca de 30% das empresas ucranianas cessaram todas as atividades, de acordo com Marchenko.
Além disso, a atividade empresarial entrou em colapso, tendo as exportações diminuído para metade entre fevereiro e março e as importações caído mais de dois terços.
Marchenko exigiu que a Rússia pague reparações pela "destruição de propriedade pública e privada" durante o atual conflito armado e indicou que Kiev reuniu uma equipa jurídica internacional para apresentar ações judiciais contra Moscovo.
À medida que a Ucrânia tenta limitar o seu défice orçamental, o Governo já fez cortes nas despesas de mais de 6.000 milhões de dólares (5,52 mil milhões de euros), mas não foi suficiente, disse o ministro.
O défice orçamental em 2022, previsto em 3,5% do Produto Interno Bruto (PIB) antes da invasão da Rússia, aumentaria consideravelmente em função da duração da guerra, acrescentou.
Apesar da crise bélica, o Governo continuou a cumprir as suas obrigações fundamentais de pagamento de salários e pensões do setor público e do serviço da dívida, disse o ministro.
"Muitos políticos aconselham-nos a falar de reestruturação, mas essa não é a nossa política", disse o ministro, uma vez que a Ucrânia quer ter acesso a financiamento.
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