De acordo com esta agência da ONU, 4.615.830 pessoas deixaram a Ucrânia devido ao conflito até hoje, o que representa mais 68 mil ucranianos do que o contabilizado até segunda-feira.
Os recém-chegados "estão num estado mais vulnerável, têm menos meios e também estão menos preparados em termos de escolha sobre para onde querem ir", em comparação com as pessoas que fugiram nas primeiras semanas do conflito, explicou o porta-voz do ACNUR Matt Saltmarsh, em declarações dadas hoje na delegação da ONU em Genebra.
Cerca de 90% dos que fugiram da Ucrânia são mulheres e crianças, já que as autoridades ucranianas não permitem a saída de homens em idade militar.
De acordo com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), cerca de 210.000 não-ucranianos também fugiram da Ucrânia, tendo, muitas vezes, encontrado dificuldades para regressar ao seu país de origem.
De acordo com dados da OIM divulgados em 05 de abril, o número de deslocados internos ascende a 7,1 milhões, o que significa que o total de ucranianos que fugiram de suas casas devido à invasão da Rússia já ultrapassa 11,7 milhões de pessoas.
Este número representa mais de um quarto da população do país.
Antes do conflito, a Ucrânia era povoada por mais de 37 milhões de pessoas nos territórios controlados por Kyiv -- entre os quais não se incluem a Crimeia (sul), anexada em 2014 pela Rússia, nem as áreas a leste sob controle dos separatistas pró-russos há oito anos.
A Polónia continua a ser o país que mais refugiados recebe, com cerca de 2,6 milhões, seguida da Roménia, com mais de 700 mil (neste caso, parte dos ucranianos que chegam ao território romeno já passaram pela vizinha Moldova).
Outros países vizinhos da Ucrânia, como a Hungria, a Eslováquia, a Rússia e, em menor escala, a Bielorrússia, também abrigam dezenas de milhares de refugiados.
A ofensiva militar lançada pela Rússia na Ucrânia já matou pelo menos 1.842 civis, incluindo 148 crianças, e feriu 2.493, entre os quais 233 menores, segundo os mais recentes dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real de vítimas civis ser muito maior.
Esta é a pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945) e as Nações Unidas calculam que cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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