O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, reagiu esta quarta-feira às declarações do presidente norte-americano, Joe Biden, que, na terça-feira, usou pela primeira vez o termo "genocídio" para descrever a situação de conflito na Ucrânia.
“Consideramos que este tipo de esforço para distorcer a situação é inaceitável”, afirmou o responsável em conferência de imprensa, citado pela Reuters.
Peskov apontou o dedo de volta aos Estados Unidos, recordando os “crimes bem conhecidos” da nação norte-americana.
“[Estas declarações] são inaceitáveis, vindas de um presidente dos Estados Unidos, um país que cometeu crimes bem conhecidos nos últimos tempos”, atirou.
O presidente norte-americano descreveu esta terça-feira a invasão e as ações das tropas russas na Ucrânia como um “genocídio”, durante uma viagem ao Estado de Iowa, dedicada à luta contra a inflação que atinge os Estados Unidos.
"O orçamento familiar ou a capacidade de abastecimento de combustível, nada disso deve depender de um ditador declarar guerra e cometer genocídio no outro lado do mundo", salientou o chefe de estado.
Questionado quanto à posição do seu homólogo, Emmanuel Macron recusou seguir a mesma linha, considerando que a Rússia e a Ucrânia são “dois povos irmãos”, em entrevista ao canal France 2.
“Eu teria cuidado com esse termo, porque estes são dois povos irmãos”, justificou.
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já matou quase dois mil civis, segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
O conflito causou também a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de 4,5 milhões das quais para os países vizinhos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
Leia Também: Invasão na Ucrânia. Biden usa pela primeira vez termo "genocídio"