"A eliminação dos nossos militares, dos nossos homens [em Mariupol] porá fim a qualquer negociação [de paz]", declarou Zelensky, em entrevista ao 'site' de informação Ukraïnska Pravda, alertando que as duas partes se encontram "num impasse".
Já hoje, em entrevista à CNN, o Presidente ucraniano tinha adiantado que já morreram entre 2.500 e 3.000 soldados ucranianos e que há cerca de 10.000 feridos.
Num balanço de perdas humanas, "Mariupol pode ser 10 vezes Borodianka", uma pequena cidade próxima da capital, Kiev, completamente destruída por ataques russos e palco de alegados abusos, disse Zelensky.
"E quantos mais casos como os de Borodianka houver, mais difícil será negociar", sublinhou.
Em 11 de abril, o exército ucraniano anunciou estar a preparar-se para uma "derradeira batalha" em Mariupol, no mar de Azov.
"Será a morte para alguns de nós e a prisão para outros", escreveu na rede social Facebook a 36.ª brigada de fuzileiros, que integram as forças armadas ucranianas.
No dia seguinte, as autoridades ucranianas adiantaram que os combates fizeram entre 20 mil e 22 mil mortes em Mariupol, uma cidade portuária estratégica que em tempos de paz contava com 441 mil habitantes.
As negociações entre as partes estão em "ponto morto" há vários dias e um conselheiro de Zelensky descreveu-as como "extremamente difíceis".
Por seu lado, o Presidente russo, Vladimir Putin, acusou os negociadores ucranianos de "falta de coerência".
Já hoje, as forças russas destruíram uma fábrica de armamento que produz tanques nos subúrbios de Kiev e oficinas de reparação de equipamento militar em Mykolaiv (sul), anunciou o Ministério da Defesa russo.
Os ataques ocorreram um dia depois de a Rússia ter avisado que iria intensificar os ataques contra Kiev, na sequência de incursões ucranianas no seu território.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou quase dois mil civis, segundo dados das Nações Unidas, que alertam para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A guerra causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de cinco milhões das quais para os países vizinhos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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