As forças armadas ucranianos afirmaram, esta segunda-feira, que a prevista nova ofensiva russa no leste do país terá começado e estará na "fase ativa", depois da retirada de tropas da região de Kyiv e da remobilização.
Citado pela Sky News, o secretário do Conselho de Segurança da Ucrânia, Oleksiy Danilov, disse que "esta manhã, ao longo de quase toda a linha da frente de Donetsk, Lugansk e Kharkiv, os invasores tentarem furar as defesas" ucranianas.
"Eles iniciariam a sua tentativa de começar a fase ativa esta manhã", afirmou.
Também através do Facebook, a página oficial das forças armadas anunciou que os mísseis russos atingiram mais de 20 alvos militares naquela região ucraniana, incluindo depósitos de armas e guarnições de tropas.
"O principal objetivo do inimigo russo é estabelecer o controlo total do território de Donetsk e Lugansk, mantendo o território anteriormente ocupado", afirmam.
A nova ofensiva russa tem sido prevista por vários analistas militares e agências de inteligência desde o mês passado, depois do falhanço das tropas russas em cercar e tomar a capital ucraniana, Kyiv. A retirada de tropas invasoras da região deu lugar à descoberta de corpos nas ruas e valas comuns nos arredores da capital, especialmente em Bucha e Borodyanka, com os massacres a serem condenados por todo o mundo.
À medida que a ofensiva russa se acentua a leste, a Rússia continua a tentar tomar a cidade portuária de Mariupol, cercada desde o início da guerra. Apesar da catástrofe humanitária na cidade, onde estarão dezenas de milhares de mortos, segundo o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, os ucranianos recusam entregar a cidade, considerada importantíssima para ligar a região ocupada da Crimeia ao território russo.
Segundo os dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos, a guerra na Ucrânia fez cerca de 2.000 mortos na população civil, mas a ONU alerta que o número real de vítimas mortais deverá ser muito superior, dadas as dificuldades em contabilizar mortos em cidades sitiadas e intensamente bombardeadas pelos russos.
Leia Também: Militares ucranianos continuam a combater russos em Mariupol