O presidente sérvio, Aleksandar Vucic, afirmou que os serviços de inteligência estrangeiros da Ucrânia e uma nação não identificada da União Europeia "estão fazendo isso". O líder sérvio pró Rússia não deu, porém, factos que justificassem a sua afirmação, outras autoridades sérvias alegaram que os e-mails com ameaças de bombas foram enviados para a Sérvia da Ucrânia ou da Polónia.
"As declarações dele (de Vucic) sobre o suposto envolvimento da Ucrânia em ameaças de bomba a transportadoras aéreas sérvias que voam para a Rússia são falsas", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia, Oleg Nikolenko, em comunicado.
A transportadora nacional sérvia é a única companhia aérea europeia, além das companhias aéreas turcas, que não aderiu às sanções aéreas da União Europeia contra a Rússia por causa da guerra na Ucrânia.
Vários voos da Air Serbia para Moscovo e São Petersburgo partiram com atrasos ?ou tiveram de regressar a Belgrado após as ameaças anónimas de bomba.
O Presidente Vucic disse que, embora os voos para a Rússia não estejam a dar lucro, por causa dos frequentes regressos à base, na capital sérvia, vão continuar "por uma questão de princípio".
A Sérvia votou a favor de três resoluções da ONU a condenarem a carnificina da Rússia na Ucrânia, mas até agora rejeitou a adesão a sanções internacionais contra seus aliados em Moscovo.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia expressou o seu desapontamento com o facto de a Sérvia, candidata à adesão à UE, ainda não ter apoiado as sanções do bloco de 27 países impostas à Rússia.
"Sanções duras e a unidade do mundo democrático podem parar esta guerra", disse Nikolenko em comunicado. "Pedimos a Belgrado que defenda a verdade e se junte totalmente ao apoio à Ucrânia e à defesa dos valores sobre os quais uma Europa democrática unida foi fundada".
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou quase dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A guerra causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de 5 milhões das quais para os países vizinhos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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