Moscovo diz ter destruído grande depósito de armas estrangeiras em Lviv

Moscovo divulgou esta segunda-feira que destruiu com "mísseis de alta precisão" um grande depósito de armas estrangeiras recentemente entregues à Ucrânia perto de Lviv, enquanto os bombardeamentos russos a Kharkiv causaram a morte a pelo menos três pessoas.

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Lusa
18/04/2022 23:00 ‧ 18/04/2022 por Lusa

Mundo

Rússia/Ucrânia

A Força Aérea russa realizou durante a manhã "um ataque com mísseis de alta precisão" contra um centro logístico das Forças Armadas ucranianas "perto de Lviv", no oeste da Ucrânia, revelou o porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov.

"O centro logístico e grandes lotes de armamento estrangeiro, entregues à Ucrânia nos últimos seis dias pelos Estados Unidos e países europeus, que ali estavam armazenados, foram destruídos", assegurou a mesma fonte.

Um grande depósito de munições também foi destruído perto de Vassylkiv, na região de Kyiv, acrescentou Konashenkov.

No total, o Exército russo destruiu 16 locais militares ucranianos durante o dia, incluindo uma fábrica de reparações de mísseis táticos Totchka-U, vários depósitos de armamento e um depósito de combustível.

Por outro lado, os bombardeamentos russos em Kharkiv, segunda maior cidade no nordeste da Ucrânia, mataram pelo menos três pessoas, num dia em que morreram pelo menos seis pessoas, vitimas destes ataques russos.

Fonte regional explicou que um projétil caiu ao final da manhã num parque infantil de uma área residencial, causando a morte a um homem e uma mulher e danificando prédios.

Já o diretor de um centro de ajuda médica de emergência, Viktor Zabachta, revelou à agência Interfax-Ucrânia que um ataque a um centro de distribuição de ajuda humanitária resultou num um morto e seis feridos.

O governador regional Oleg Sinegoubov confirmou mais tarde, na rede social Telegram, a morte de três pessoas durante estes ataques, sendo que o número de feridos é agora 15, incluindo um menino de 14 anos.

Jornalistas da agência France-Presse (AFP) em Kharkiv ouviram uma série de fortes explosões esta manhã, depois dos bombardeamentos no domingo terem resultado na morte de seis pessoas e causando ferimentos em 24. Outras três pessoas morreram em ataques russos naquela região.

Pelo menos oito civis morreram esta segunda-feira em bombardeamentos russos nas regiões de Donetsk e Lugansk, no leste ucraniano, onde os combates são intensos, de acordo com autoridades ucranianas locais.

"Várias pessoas queriam fugir" de Kreminna, uma pequena cidade na região de Lugansk que caiu na segunda-feira nas mãos dos russos, revelou o governador regional Serguiï Gaïdaï no Telegram, acrescentando que quatro pessoas morreram num ataque contra um carro.

Na região vizinha de Donetsk, a cerca de vinte quilómetros a leste de Kreminna, quatro outros civis morreram em ataques russos, anunciou o governador regional Pavlo Kyrylenko.

Também esta segunda-feira, em Lviv, pelo menos sete pessoas foram mortas em ataques, que causaram também "11 feridos, incluindo uma criança", segundo o governador, Maksym Kozytskyy.

Uma potente explosão atingiu igualmente Vasylkiv, uma cidade a sul da capital, Kyiv, e onde se situa uma base militar aérea, de acordo com residentes locais citados pela agência noticiosa Associated Press.

Os analistas militares referiram que a Rússia está a aumentar os seus ataques a fábricas de armamento, linhas de caminho de ferro e outras infraestruturas ao longo de todo o país para enfraquecer a capacidade da Ucrânia em resistir à anunciada ofensiva na região do Donbass, a zona industrial do leste com maioria de população russófona.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou quase dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A guerra causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de 5 milhões das quais para os países vizinhos.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

Leia Também: Bósnios veem paralelismos nos crimes de guerra cometidos na Ucrânia

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