"Reconstruir tudo isso levará tempo. Pode levar décadas para restaurar a confiança", disse Cavusoglu, acrescentando que "se está a testemunhar ao início de uma nova Guerra Fria".
Membro da NATO e aliado da Ucrânia - país ao qual já entregou 'drones' (aeronaves não tripuladas) de combate -, a Turquia tem tentado facilitar, desde o início do conflito no território ucraniano, uma mediação entre Moscovo e Kyiv, e recusou-se a aplicar as sanções ocidentais contra a Rússia para poder manter também uma linha aberta com o Kremlin (Presidência russa).
"Apesar dos desenvolvimentos no terreno, acreditamos que ainda há lugar para a diplomacia", acrescentou o representante turco, durante uma conferência de imprensa conjunta com o seu homólogo húngaro, Peter Szijjarto, em Ancara.
Cavusoglu defendeu ainda que "devem ser tomadas medidas rápidas para estabelecer um cessar-fogo" entre Kyiv e Moscovo.
Até à data, a Turquia acolheu em duas ocasiões negociações diretas entre as duas partes em conflito, em 10 de março em Antalya e em 29 de março em Istambul.
Na segunda-feira, o subsecretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) para Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, chegou a anunciar que ia à Turquia para discutir possíveis esforços de mediação de Ancara nas negociações de paz entre Rússia e Ucrânia.
No entanto, poucas horas depois, o líder humanitário das Nações Unidas informou que tinha testado positivo à covid-19 e que ia cancelar as suas viagens.
A Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A guerra causou a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, quase metade dos quais (cinco milhões) para os países vizinhos.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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