"A Rússia deve ser reconhecida como um Estado patrocinador do terrorismo"

O presidente ucraniano defende também que as "Forças Armadas russas devem ser reconhecidas como uma organização terrorista".

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Márcia Guímaro Rodrigues
20/04/2022 23:08 ‧ 20/04/2022 por Márcia Guímaro Rodrigues

Mundo

Volodymyr Zelensky

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, considerou, esta quarta-feira, que a Rússia “deve ser reconhecida como um Estado-patrocinador do terrorismo” devido à invasão do país e aos crimes contra civis cometidos por tropas russas, que devem também “ser reconhecidas como uma organização terrorista”.

“A Rússia deve ser reconhecida como um Estado-patrocinador do terrorismo, e as Forças Armadas russas devem ser reconhecidas como uma organização terrorista”, afirmou Zelensky no habitual balanço diário sobre a invasão russa.

O presidente ucraniano frisou que, ao 56.º dia de guerra, a Ucrânia está “definitivamente um passo mais perto da paz” e referiu a visita do “grande amigo” do país e de “todos os ucranianos” - o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel. Para Zelensky, as visitas de líderes mundiais a Kyiv “realçam o quão absurdos eram os planos da Rússia em tomar” a Ucrânia.

Sobre a reunião com Charles Michel, o chefe de Estado ucraniano refere que foram discutidos “passos concretos da União Europeia” para ajudar a Ucrânia, nomeadamente em termos “defensivos, financeiros e sancionatórios”. 

Foi também discutida a adesão do país à União Europeia e Zelensky defende que já ficou “provado que o Estado ucraniano e as instituições públicas são suficientemente eficazes para resistir até mesmo aos tempos de guerra”. “Estamos a fazer tanto para proteger a liberdade no continente europeu, como outras nações nunca fizeram. E vejo de todos os nossos amigos na União Europeia uma vontade de ajudar o nosso movimento tanto quanto possível”, defendeu.

Zelensky e Charles Michel conversaram também sobre “os passos necessários para a reconstrução da Ucrânia após a guerra” e que é possível fazer para “enfrentar as ameaças à segurança alimentar e energética na Europa e no mundo inteiro”. 

Segundo o presidente ucraniano, “o regresso à vida normal das cidades e comunidades libertadas da Ucrânia continua”, com o acesso a serviços médicos, educativos e de proteção social a ser “restabelecido gradualmente”. “Estamos a recuperar infraestruturas rodoviárias, de eletricidade, gás e abastecimento de água”, explicou. 

Por enquanto, as “maiores ameaças são minas colocadas pelos ocupantes e projéteis que não explodiram”. “Exorto os nossos cidadãos que retornam às comunidades libertadas a serem muito cuidadosos. Não entrem em território que ainda não foi inspecionado. Não entrem nas florestas ainda”, apelou.

Já no leste e no sul da Ucrânia, a situação “continua tão grave quanto possível”, com as tropas russas a não quererem “desistir de tentar obter pelo menos alguma vitória para si mesmos através de uma nova ofensiva em larga escala”.

“Estamos a fazer mais do que o máximo para garantir o fornecimento de armas ao nosso exército. Todos os dias, todos os nossos diplomatas, todos os nossos representantes e eu, pessoalmente, trabalhamos 24 horas por dia, 7 dias por semana, por todos os canais possíveis - oficiais e não oficiais - para acelerar a entrega de ajuda”, frisou.

Ao 56.ª dia de guerra, registam-se pelo menos 2.072 civis mortos e 2.818 feridos, segundo dados confirmados pela Organização das Nações Unidas (ONU), que alerta que o número real pode ser muito maior.

Leia Também: AO MINUTO: "Ronda especial de negociações"; Zelensky agradece à Europa

 

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