A primeira-ministra da Nova Zelândia está empenhada em trabalhar com a China em áreas de "interesse mútuo", apesar das preocupações do seu Governo sobre a agenda expansionista de Pequim na região estratégica do Pacífico.
Jacinda Ardern, descreveu os laços entre o seu país e Pequim como uma "relação madura", mesmo que por vezes surjam desacordos, numa entrevista ao canal britânico BBC, durante uma visita oficial a Singapura esta semana, e hoje transmitida.
"Temos sido sempre consistentes. Onde houver áreas em que possamos trabalhar em conjunto, iremos fazê-lo. Mas haverá sempre áreas em que não estamos necessariamente de acordo, e se essas áreas surgirem, somos muito diretos e claros na nossa posição e isso inclui questões de direitos humanos", disse, sublinhando a "feroz independência" da política externa da Nova Zelândia.
Embora a China seja um dos principais parceiros comerciais da Nova Zelândia, o atual governo neozelandês levantou por vezes o tom em relação a algumas das posições de Pequim.
Ardern foi recentemente muito crítica em relação ao pacto de segurança assinado na terça-feira entre as Ilhas Salomão e a China, num momento de crescentes receios de uma possível militarização no Pacífico.
O acordo entre a pequena nação insular e o gigante asiático abre a possibilidade de Honiara pedir a Pequim que envie forças de segurança para lidar com "qualquer instabilidade futura", disse o primeiro-ministro das Ilhas Salomão, Manasseh Sogavare.
Contudo, o aspeto que gera mais tensão é o receio de que o gigante asiático possa estabelecer uma base naval no território do Pacífico, algo que o Governo das Ilhas Salomão nega.
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