Num comunicado, o Vaticano acrescentou que o pontífice já tinha apelado a uma trégua pascal no domingo de Ramos, no passado dia 10 de abril, juntando-se agora ao apelo de Guterres e do chefe da igreja greco-católica ucraniana, Sviatoslav Shevchuk.
"Sabendo que nada é impossível para Deus, pedimos ao Senhor que as pessoas presas nas zonas de guerra sejam retiradas e que a paz seja restaurada em breve", referiu a nota informativa do Vaticano.
"Pedimos também aos líderes das nações que ouçam o clamor dos povos pela paz", acrescentou.
Na terça-feira, o secretário-geral da ONU pediu esta trégua, coordenada com o Comité Internacional da Cruz Vermelha, e explicou que esta pausa teria como principais objetivos a retirada de civis e a entrega de ajuda humanitária às populações "mais atingidas" do leste da Ucrânia, principalmente em Mariupol, Kherson, Donetsk e Lugansk.
"Hoje estou a pedir uma pausa humanitária de quatro dias na Semana Santa, começando na quinta-feira santa e indo até ao domingo de Páscoa, 24 de abril, para permitir a abertura de uma série de corredores humanitários", apelou então o secretário-geral da ONU.
Guterres garantiu que os líderes das principais religiões da Ucrânia secundaram o seu apelo, mas não mencionou a resposta da Rússia, do Kremlin (Presidência russa) ou das suas igrejas.
Por seu lado, o Papa Francisco pediu que sejam depostas as armas e se cumpra "uma trégua pascal", sublinhando que o objetivo não é rearmar, mas "alcançar a paz através de uma verdadeira negociação, fazendo algum sacrifício pelo bem das pessoas".
A Rússia lançou, na madrugada de 24 de fevereiro, uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A ofensiva militar causou a fuga de mais de 12 milhões de pessoas, das quais mais de cinco milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU que refere tratar-se da pior crise de refugiados na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.
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