A Alemanha está a analisar qual a melhor forma de fornecer armamento pesado à Ucrânia, através de acordos com outros países aliados, disse esta quinta-feira a ministra dos Negócios Estrangeiros Annalena Baerbock, citada pela Reuters.
As declarações foram proferidas durante o segundo dia de visita aos Estados Bálticos, momento em que Baerbock deu resposta às críticas acerca do facto de o país aparentar estar a evitar o envio de mais equipamento militar para a Ucrânia. Anteriormente, o jornal Bild tinha acusado o chanceler Olaf Scholz de bloquear a disponibilização de tanques às tropas ucranianas.
"Não há tabus para nós no que diz respeito a veículos blindados e outro armamento de que a Ucrânia necessita", afirmou a ministra esta quinta-feira, numa conferência de imprensa com o seu homólogo estónio.
Baerbock adiantou, a este propósito, que a prioridade da Alemanha passaria por assegurar que a Ucrânia recebesse rapidamente equipamento mais antigo de conceção soviética, que os seus militares pudessem usar sem treino adicional, recorrendo ao material detido em 'stock' por países aliados.
A Alemanha acordou, nomeadamente, tal intercâmbio com a Eslovénia, disse à Reuters uma fonte do governo de Berlim. Mediante este acordo, a Eslovénia fornecerá tanques T-72 à Ucrânia, enquanto Berlim deverá entregar a Ljubljana, em troca, cerca de 20 veículos de combate de infantaria Marder e cerca de 20 transportadores de pessoal blindado Fuchs.
Questionada por jornalistas sobre se o tanque Leopard alemão seria enviado para a Ucrânia, disse que as tropas precisariam de treino para utilizar um kit tão avançado - mas que, no entanto, Berlim estaria disposta a pagar por esse treino.
"Estamos a fornecer mil milhões de euros porque devemos pensar não só nos próximos dias e meses, mas também nos próximos anos para os sistemas de que a Ucrânia precisa para a defesa agora, mas também para uma Ucrânia livre no futuro", acrescentou a ministra.
A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou quase dois mil civis, segundo dados da ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.
A guerra causou a fuga de mais de 11 milhões de pessoas, mais de cinco milhões das quais para os países vizinhos.
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